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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Fantasia das Sombras da Terra Condenada





Entre sombras repousas tu velho profeta
Quebrado entre os carvalhos da velha floresta
Antros de medos e mentiras do mundo
Nas pedras os sábios caídos escrevem “não há DEUS”
Todos tropeçam nas fagulhas de fogo nu
Vossos filhos choram as sentenças da incredulidade
É o mundo depois de Adão, terra de Caim
As vozes de mil crianças gritam na rua em ruínas
Entre as sombras repousa o velho profeta
Correm e falam no campo das violetas
Nas trilhas dos cipós de aço, veias das informações
E eu olho de cima da torre
Outrora eram os vigilantes que anunciavam o juízo
Hoje tento soprar sobre as brasas do amor
Porque entre os falidos remanescentes  
Dos tempos de Enoque
Nefilins rastejantes na batalha dos mortos
Eu corro entre as flâmulas do amanhecer
Quem Dersa que o mundo perdido
Queimasse , mas somente com o fogo do amor
Mas está frio esse chão de sonhos
Nele adormeço, pensando na eternidade de meus filhos...


Clavio J. Jacinto

Sonolência dos Profetas

Sonolência dos Profetas

A noite do mundo não tem profetas
A escuridão das sombras não tem poetas
O medico da alma fugiu
Os fardos de todos os medos caíram
Moços injetam drogas
Bêbados caem pelos caminhos
As montanhas são refugio de desesperados
Gritam eles:
Caiam sobre nós, caiam sobre nós!!!
Quanto desperdício de lagrimas
Musicas mirabolantes e êxtases
Sem profetas a humanidade padece
Sem sussurros tudo fenece
Sem direção o mundo corre
Sem conhecimento o sábio morre
Loucos amarram a mó ao corpo
Jogam-se no lago da confusão
Outros mais correm aos montes
Gritam eles:
Caiam sobre nós, caiam sobre nós!!!
Tudo então desaba
Profetas adormecidos despertam
Dançam na chuva acida
Prostram-se ao som do moinho de fumaça
A civilização está com ferida mortal
Profetas sonolentos tomam da fonte
Trágicas tempestades: Juízo final

(Clavio J. Jacinto)


Temores


TEMORES

Temo o dia em que os homens deixarem de sonhar
Temo o dia em que as canções perderem a emoção
Temo o dia em que não existirão poetas
Sei que agora essas coisas não têm mais importância
Mas eu temo quando as crianças perderam a infância
Quando os homens perderem o caráter
Quando os jovens perderam os princípios que norteiam a vida
Temo quando a chuva não for mais aconchegante
A aurora não for mais inspiradora
E as flores desabrocharem sem serem percebidas
Sei que todas essas coisas estão perdendo a importância
Mas e temo quando não existir mais o pudor
Quando cada dia será mais um a menos
E os anos se passarem como as folhas desprendidas
Temo o dia quando não existir mais sorrisos verdadeiros
Temo a ausência de sacrifícios de humildade
Temo que as cinzas do amor cubram a tumba da humanidade
Mas temo ainda mais quando os homens não mais sentirem
Pela alma e pelo coração por acreditarem impiamente
Que todas as coisas dentro de nós, são apenas lampejos
De reações químicas que morrem depois das ilusões...
(Clavio J. Jacinto)

ALMAS FLUTUANTES.




Quando as minhas lâmpadas beijarem o fogo
Como relâmpagos que osculam com a terra dos viventes
Estarei eu com meus olhos diante das chuvas
Como vasos de mármore nas  alturas das montanhas
Bebo eu do liquido destilado das nuvens
Sem ver os frutos da alma do outono perene
As queixas dessa alma cansada passarão
Como rastros de estrelas que descansam na aurora
Eu prostro-me diante da compaixão das estações
Onde as rosas mais humildes são coroas de ternas alegrias
Ai “meu Deus” que das vestes do meu temor
Aconchegou-se meu coração alimentado por fé
Entre as palhas das minhas obras queimadas
Cinzas fertilizantes todas as minhas aspirações
Mais de suave vento, sobrevôo entre tantos lírios
A magnitude do amor no amparo após um madeiro
Onde tumbas frias recolhem as lagrimas de todos os invernos
Do acender das chamas da voz voluntaria
Que ordena a vitoria sobre todos os desamparos da morte
Vou flutuando com braços abertos ao viver
Não temerei esses cânticos noturnos
Mas flóridas ilhas de todas as minhas esperanças
Abraçarei eternamente a alma aconchegante
Do verdadeiro e eterno amor.
(Clavio J. Jacinto)


quinta-feira, 19 de abril de 2018

A ALMA DA CIVILIZAÇÃO


A Alma da Civilização

Ervas quânticas em siderais imaginações
Alastram suas raízes na alma vazia
Pobre homem do futuro incerto
Nas suas chamas atômicas, se aquece
Uma fabula conta os pães da incerta sabedoria
Um fel derrama sobre suas vãs filosofias

Porque dos desastres se embrutece
Das vozes impunes que enaltece
Das póstumas matizes do grito primal
A voz esférica do choro algoz: juízo final

Nas espadas que das feridas abertas ecoa
A arte do sangue a morte que mais ressoa
Um vão vaidoso sermão que da falacia emana
Que ao coração incrédulo muito mais engana

Tal mundo em densas volúpias de destruição
Eis o progresso dessa iníqua civilização
Pobre alma do futuro incerto
No aço retorcido e nas cinzas da noite
Abrigo nas pedras ruínas da devastação
Assim o mundo sem Deus abraça o caos.

(Clavio Jacinto)

Épico Das Manhãs.


Pulsa as estrelas dentro do coração
Como reflexos de flores dos campos
As borboletas cantam com as asas
Os botões da rosa adormecem na luz
Os pardais quebram a monotonia
As montanhas destilam as águas do rio
As abelhas beijam o polén
A noite foi frasco de todos perfumes
Nesse tão infinito mundo interno
Onde borbulham as fontes do ser
A alma ceifa a alegria do novo dia
Como um céu em relvas de orvalho
As libelulas repousam sobre os lirios
Os vendavais se acalmam nos vales
E eu mesmo acendo um sorriso
Porque em mim arde o fogo da vida.
(Clavio J. Jacinto)

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Sarin





As amargas danças do vento que sopram
Derramam a morte pelas vias infantes da ignomínia
Oh, plácidos homens intoxicados!
Não enxergastes que Alexandre o grande
Cedo tombou no pó?
Que a vaidade é monumento aos vermes?
Se o de mostarda fez as almas dormirem no relento
O que será dessas crianças adormecidas no cais
Onde sopra o sarin,  como nebulosas do inferno?
Até quando ouvir esses tambores
A dança dos homens fracos buscando Um falso poder
Não foi neblinas das manhãs essa fumaça sinistra?
Não! Não  são de estrelas queimando de amor...
São bombas jogadas por almas de palha
São nuvens de um grande vomito sarcástico
Daqueles que a morte tanto ri na tumba
Pois todos esses são homens  breves,
Acorrentado pelo próprio ego incompassivo
Pudera-me dizer com calma
A alma quanto mais ímpia é
Mais voraz será o fogo do juízo
Quando não se apagará nunca
Sobre a consciência turva desses obscurecidos
Desses que não se dobraram ante a  tranqüilidade
Que nunca amaram a simplicidade
E semearam bondade com um cálice de amor.


Clavio Jacinto

quinta-feira, 12 de abril de 2018

UM MORTO NÃO ABRE A PORTA


UM MORTO NÃO ABRE A PORTA


Tu olhastes pra dentro de meu cadáver
Estava morto em meus pecados
Como lazaro em silencio inerte
Amarrado no meu silencio frio

A porta que batias, não era a minha
Um morto não pode cear
Estava eu na sonolência de um jazigo
Pobre cego e eterno fastio

Mas nessa triste condição de morto
Por dentro da escuridão que fenece
Nas masmorras úmidas que alma padece
Eu mesmo mudo e morto jazia

Viestes Senhor com a voz da vida
Com o poder da ressurreição
Fendesse a pedra do meu sepulcro
Soprasse sobre mim a regeneração

Abrisse a porta da minha morte
Mudasse as chaves e a fechadura
Doasse por ti mesmo a vida abundante
Rompestes com minhas ataduras

Agora eu após redimido vivendo
Ouço uma voz e um toque batendo
É  chamada bendita do Cristo amigo
Pedindo que abra a porta-quer cear comigo

CLAVIO J. JACINTO 

AMANHECER


AMANHECER

As lutas da noites estão enfurecidas
Nas caladas do escuro véu de todas agonias
As aragens derramadas nas nevoas frias
Minha alma treme e teme
Assombros se escondem nas sombras
Um mistério que detona o medo
Nesse rosto sem face do enredo
Uma folha de papel manchado
Da lama feita de meus pecados
Quem dera-me apagar esses sustos
Dessa alma que assusta o luto
Eu me derreto em aguas lacrimais
Falta aquele perfume de silenciosa paz
Numa penha e as pedras brutais
De terremotos e a coragem que jaz
Agoniza minha alma a temer
Livre das trevas é o meu querer
Dessa madrugada de assombrações
Meus pecados e severas punições
Quando em um limiar da noite vejo
Aquela bendita estrela e seu lampejo
É a alva da manhã, tão bela estrela
Minha alma se alegra, não posso conte-la
Vem sobre os montes brilhando
E meu rosto vazio vai se iluminando
É o sol da justiça aperecendo
A luz sobre as trevas prevalecendo
E eu em grito sorridente
Alcanço a glória de um novo dia
Transformado pela luz que alumia
A minha vida, a alma e o coração
E em paz vou descansando
Em tão bendita aurora á despertar
E de todos os grilhões do medo
Da liberdade de viver
Entre o tempo e a eternidade
Infinito e brevidade
Escondo-me no fulgor da verdade
Amparo pra minha alma restaurada.

Clavio J. Jacinto


quarta-feira, 11 de abril de 2018

Riquezas do Conhecimento

Aqueles que abrem bons livros para adquirir as riquezas do conhecimento, não possuem mentes fechadas para permanecerem pobres do caminho da ignorância (Clavio J. Jacinto)

Aragens


Há em tantos almas uma sede
Como a relva que contempla as estrelas
Almeja o orvalho cristalino
A brisa que refresca as manhãs
Há um castelo em nossos sonhos
Um luar que entesoura a noite
Que pinta os campos de prata
Como as jóias de um tesouro escondido
Há um desejo dentro de nós
Querem destruir nossos ideais
Mas aqueles que não podem tocar estrelas
Não podem apagá-las
Com nossos próprios olhos


Clavio J. Jacinto

AS MÃOS DO MESTRE

Ele lavou os pés encardidos
A imagem radical de um servo quebrado
Um lampada acesa no cenáculo vazio
Fogo de humildade em corações frios
Desde a jornada cantou a graça
De ser serviçal na terra de escravos
Ofegante poeira que era o molde
A matriz de cada ser nos bosques brancos
Como da eira vem seus perfumes
As mãos fortes esfregavam a sujeira
Maior aquela impregnada no coração
Teria que ser tirada com a própria vida
Ah esses caminhos de nodoas pueris
Beijam os pés de homens manchados
Como a erva morta vem osculando a terra
O homem apaixona-se tragicamente
 Pelas vaidades da vida
Eis porque na via do quebrantamento
Desce os degraus aquelas mãos 
Escudo das estrelas
Muralha dos fracos
Esfregam as maculas de pés perdidos
Amarrados pela dor do mundo
Sentenciados pelas agressões de Adão
Eu descanso no invisível do ocaso
Refletindo sobre tão piedosas mãos
Que da sujeira de pés nojentos
Esfregou por voluntaria escravidão
Depois de cena tão dramática
Entregou-se a violencia dos pregos
Perfuradas foram as mãos por causa
Dos meus pecados mais abomináveis.

Clavio J. Jacinto


terça-feira, 10 de abril de 2018

Triunfo Sobre a Noite da Morte


Que alva é a bravura do amor
Ventos das alturas e a fúria do chão
Resiste o sentimento como ciprestes
Em opacos vendavais
Como as bombas de Nagazaki
Pasmos lutos de ventos orbitais
Resiste o amor em mil fragrancias
Ainda que a fumaça dos canhões
Nas sequelas dos temporais
Imprime aromas de balsamos
Nas cicatrizes da vida tão difícil
As flores desabam em prantos
Os cemitérios tremem de espanto
Que será dessa triunfante maestria?
A dura sequencia de todas as sortes
Um riso e um labor primal
Vencida foi a voraz morte...

Clavio aJ. Jacinto

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Terra Ferida


Como brisa a esmo ando raso
Entre vales e colinas que vertem
As chuvas de outono em meus caminhos
Como se lesse em espanto
Dante e suas desventuras em noites
Como a sombra sombria do medo
Ecoando nas solidas solturas do coração
Batidas descontroladas de sustos calados
Eu solitário entre os dentes
Como cegos pirilampos em brasas
Libertos dos lençóis da noite escura
Buscando a fonte do fogo
Num mergulho denso na luz das laminas
O arado afiado da rotina
Que retorcida entre pedras 
Mastigam o solo e revoadas de sulcos
Ali descanso temeroso
Escondendo dentro delas
As sementes de todas as minhas magoas
Para que dessas feridas terrenas
Germinem as flores de minha primavera

Clavio J. Jacinto

terça-feira, 3 de abril de 2018

Caminho Largo




Passam por ti tantas almas cegas
Festejam nas chagas do pecado vil
Em deleites de sórdidos lamaçais
Afogam as magoas das aflições
Deixam rastros de mãos feridas
Coagulos de sangramentos azimos
Laços de festas angustiantes
As diversões embriagam os sentimentos
Em vão vagueiam sem sentidos

Oh caminho largo...
Por entre teus filhos promovem as náuseas
Como águas dos cais que degelam
Entre famintas mortes que te devoram
Ainda insistes em dançar na ilusão
Como gotas esmagadas por ventos
Andam as pobres almas, famintas de ser
Mas intoxicadas no falso prazer
Caem do abismo de seus próprios desejos

Vem e enxerga a fonte cristalina
Onde podes lavar a tua vã esperança
E  sair do charco que te deixa mais poluída
Vem pro cume do Calvário
Onde foi pode ser selado o destino infinito
Porque das tendas dessa miséria sairás redimida
Como centeio que do vale ao forno
Sai como pão dourado e distinto
Celebrando a paz do descanso do celeiro farto

Clavio J. Jacinto

A FÉ, A ESPERANÇA E A TEMPESTADE

A FÉ, A ESPERANÇA E A TEMPESTADE

A esperança é a primavera que floresce no coração que recebe a luz da fé
As nevoas das aflições nunca resistem o esplendor dessa luz
A dor do mundo não apaga esse resplandecer
O homem que crê no evangelho
É como o farol que  resiste as intempéries do mar
Ainda que açoitado pelas ondas e pelo vento
Permanece firme guiando com sua luz
Aqueles que procuram uma direção segura.

Clavio J. Jacinto

IMPENITENTES

IMPENITENTES
Expõe tuas metáforas homem moderno
Teus sentimentos são de plásticos
Sem denuncia-los estão sepultados no chão da vida
Como dores recicláveis e escondidas
São ramalhetes de rosas artificiais
Num vaso de papel que não resiste a chuva
E como favos sem mel
A cera é a face de tuas mascaras
Tão réprobas quanto as asas de Ícaro 
Que luz rutilante alumia teus passos?
Se deveras aludes a ti mesmo em fel de flores
Como a posca que torna-se absinto
Nos lábios de quem tanto beijou a misericórdia
A foz de teus rios de almas
Dançam em serenatas de pecados
Como ébrios alucinantes buscando a porta da noite
Verás tu a vastidão de tuas arvores sem frutos?
Como ninhos de soberba
Andas no circuito vital das ânsias desesperadas
Como flamejar de pecadores em soluços
Num Calvário tudo foi posto em lenhos
Mas fenece teu olhar de arrependimento
Preferes perder-se dentro dos devaneios
Olhando para ti mesmo.

(Clavio J. Jacinto)


Jardins Cósmicos.





Lembranças cósmicas flutuam dentro de mim
Como folhas envelhecidas remanescentes de jardins
Retorcidos estão meus pensamentos do passado
Como aço de ruínas antigas que jazem no campo santo
Quando as cordas do amor rompem-se em seus ninhos
Nós pobres sopros de perfumes aprisionados
Gememos nos cárceres vítreos do tempo que nos leva
Congeladas as névoas dessas manhãs  do passado
Despertamos para a aventura de toda a nossa infância
Uma peregrinação para os espinhos da saudade
Um mergulho para os tormentos estelares
Pois se em uníssono  canta o coração derramado
Como o sorriso daqueles que nunca mais choraram
É certo que o tempo passou por mim
Deixando rastros como estrela cadente
Nem sequer deixou meus anseios ausentes
Pois em pedras derrapam aqueles sussurros secos
Como se um deserto sem areias debulhassem minhas aventuras
Ouço o vento levando todas as areias
Daquela ampulheta que contava todos os meus dias
Que me resta senão os papeis das paginas coloridas
Das epopéias de uma juventude  agitada
Desses pórticos e naufrágios perdidos
A ilha do meu passado e seus faróis
Apagam-se entre as tempestades da vida presente
Apego-me nas palavras que caem da eternidade
Pó incandescentes  que desliza até a minha face
Para iluminar os últimos passos da minha brevidade...

(Clavio J. Jacinto)

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Estação Polar


O mar revolto em ondas beijam as pedras
Filhos do rio das montanhas silvestres
Encontro das águas desses lamaçais
Como se alpendres celestes vulgo estelares
Brotassem nas nascentes da vastidão

Os musgos sedentos bebem de orvalhos
Uivos de ventos do perfume descampado
Libélulas nas planícies das pétalas
Flutuam como a lua depois dos vendavais
Entre os sinos dos lírios que adormecem

A poeira dança como restos mortais do fogo
Aquelas faíscas que o vento arrebata
Escrevendo no escuro da noite  a frase
Que todo infante medroso gosta de ler
Para adormecer no leito dos sonhos

Vamos descansar nessas pedras lavradas
Na praia do aconchego do horizonte alumiado
Como uma estrela na margem do polo sul
Estendida pelo seculos até a estação do norte
Onde as tendas da minha alma me aguardam

Clavio J. Jacinto

Castelos de Sonhos




Ouvi dizer que nesse  vão mundo
Tanta gente sonha em mil vaidades
Recolhendo areias das praias das lágrimas
Contando estrelas no fundo do mar

Cantam os sonhos em dó maior
Dançam nas chuvas das tempestades
Querem possuir todos os rostos da dor
Para fingir que o fazer de conta é real

As águas desgastam tantos sonhos
Quando congelam na nevasca leve
Sonhar com as coisas mais passageiras
Anestesia o engano da vida breve

O que fazer em meio ao caos perene
Da vida que escraviza a filosofia?
Se destilando ao mundo a sabedoria
Apenas fortalecem desejos insolentes

As marchas desse caos prosseguem
O véu disfarça os castiçais dos lamentos
Em busca da breve felicidade terrena
O homem encontra só o sofrimento

Mas se permitires essas névoas evanescerem
Como a fumaça das palhas ao forte vento
Colherás a visão verdadeira e mais distinta
De verdade escondida no dourado momento


A vida em suas mais vivas tonalidades
É  feita de fé alicerçada em solida prudência
Quando deixares as vãs sombras das vaidades
Verás que crer em Deus, não é rotulo, mas essência...


(Clavio J. Jacinto)

O CAMPO E AS FLORES


As flores do campo são estrelas da primavera
Brilham nas cores do arco celeste
Fragmentos do paraíso que incendeiam os olhos
O coração pulsa mais forte que uma supernova

A sinfonia dos ventos se junta aos pássaros
A inspiração é a alma do sentimento que chora
As delicias da doçura dos lírios silvestres
São os pães que saciam a fome pelo belo

Que os aromas dessa brisa fria das manhãs
Cubra nossa alma de santo  esplendor
Pois como a vivacidade de um jardim florido
A vida só ganha brilho quando enxergamos o amor

Este é a visão do alto no cume do firmamento
Onde a vida emancipa-se nas  das luzes da providencia
Quando vivemos o belo pelo caminho seguro da fé
Entramos no paraíso mais rico de toda a coerência

(Soli Deo Glória)

Autor: Pr Clavio J. Jacinto