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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Regresso





Pássaros cantam nas manhãs do novo  outono
Sinfônicos sonhos de minhas auroras esclarecidas
Quando a alma destila orvalhos da plácida solidão
Embriaga-se do silencio e vai embora ferida

Cativa em alturas e beija as torrentes das chuvas
Numa nostálgica paixão nas colunas do firmamento
Abraça as nuvens e nos colossais clamores se escoa
As folhas ébrias do manto desses vastos  lamentos

Quanto mais toca a orla das nevoas  altíssimas se cura
Mais sente o ego que por ares a dor que se aniquila
Como coração agonizando em fontes refrescantes
Na essência do perfume, nas flores e no verde da clorofila

Assim os sentimentos libertam-se de tais misérias
Num despertar da revolução de todas sacras alegrias
Então em plenitude de grandes emoções cósmicas e raras
A alma desce ao mundo,  curada,  pois não  mais vazia



Clavio J. Jacinto

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