(EMERGENTE)
Vi cair esse silencioso doce orvalho
Enquanto na tarde sonhava dormindo
Entre as belas noites tão bem estreladas
Os perfumes densos da infinita madrugada
Nessa terra nostálgica de outro mundo
De cabisbaixo olhar desanimado e noturno
Onde as perolas cantam no oceano profundo
O olhar trágico de todas as minhas saudades
Vi minhas memórias nas grandes venturas
No auge terno dessa épica e tão saudosa sutura
Rasgos escondidos de amor ainda não curado
O lamento do coração pegajoso e quebrantado
Quem me dera achar minhas próprias feridas
Aquelas que os dias mais distantes já curaram
Porque das partes vitais ainda mais doloridas
Cicatrizes e uma marca de herói em mim ficaram
Mesmo sob as correntes das tristes vaidades
Ainda da infância minha alma toda emergiu
Pois que das imensas ondas
de póstumas realidades
Um homem simples desse longo tempo emergiu
Meio que perdido entre as flores
No caminho a contemplar cada amanhecer
Vivendo a vida em vários tons de cores
Arrastando pelos fluxos irreversíveis do envelhecer...
Clavio J. Jacinto
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