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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

(EMERGENTE)


(EMERGENTE)

Vi cair esse silencioso doce orvalho
Enquanto na tarde sonhava dormindo
Entre as belas noites tão bem estreladas
Os perfumes densos da infinita  madrugada

Nessa terra nostálgica de outro mundo
De cabisbaixo olhar desanimado e noturno
Onde as perolas cantam no oceano profundo
O olhar trágico de todas as minhas saudades

Vi minhas memórias nas grandes  venturas
No auge terno dessa épica e tão saudosa  sutura
Rasgos escondidos de amor ainda não curado
O lamento do coração pegajoso e quebrantado

Quem me dera achar minhas próprias feridas
Aquelas que os dias mais distantes já  curaram
Porque das partes vitais ainda mais doloridas
Cicatrizes e uma marca de herói em mim ficaram

Mesmo sob as correntes das tristes vaidades
Ainda da infância minha alma toda emergiu
Pois que das imensas ondas  de póstumas  realidades
Um homem simples desse longo tempo  emergiu

Meio que perdido entre as flores
No caminho a contemplar cada amanhecer
Vivendo a vida em vários tons de cores
Arrastando pelos fluxos irreversíveis do envelhecer...



Clavio J. Jacinto

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