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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Espinhos e Oceanos Suaves

Ouvi a voz da saudade em sopro eterno
Uma canção suave como o mel aos ventos
Moinho de lembranças e o pó dos sorrisos
Uma libertação do cativeiro de tantas ânsias

Ouvi o bramido de tantos olhares secretos
Uma noite remendada pelas suturas da saudade
A voz ancorada nessa alma sufocada
Uma viagem nas ondas do mar da tranquilidade

Quem dera-me atravessar o tempo
Passar pelo lado de lá de todos os anos
Onde possa ver minha solidão chorando
E então dizer que ainda sinto falta dela

Pois que sonhando na minhas vigilias internas
Flutuava na esperança de ver um santo amor
Onde minhas feridas num recinto fechado
Pudessem ser tocadas por dentro de minha dor

Ouvi a voz das praias nesses oceanos suaves
Um aroma de meus breves consolos de juventude
Quando o coração, mar das minhas magoas
Tragar em um só golpe, as naus dessas incertezas

Apenas ouvirei mais uma vez, tantos bramidos
Como um pássaro deslizando no sopro do beijo
Ali estarei eu, no cruzamento de todas vias
Buscando a minha alma que naufragou dentro de mim



CJJ

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