"O diabo se encarnou no amor próprio, para apoderar-se
da geração atual"
Fiodor Dotoievski em : Os Irmãos Karamazovi
O centro do universo se és tu homem, ruirá
Quebrar-se-á em cacos, restos fatais
Que é o universo do deslocado homem moderno?
Amante de si e divino aos proprios olhos
Adora os aplausos e cultua a vanglória
centro do universo é
o rei do mundo falido
Balão inflado com gases do orgulho
Flor murcha sem a alma dos perfumes
Declara guerra a todos com a espada do ego
Morticínio que atropela a todos outros vaidosos
Os espinhos da infâmia rasgam os risos
Os prantos mascaram a crueza do egoismo
A ambição é a lamina que despedaça corações
Crava um punhal e a espada ferina fere
Duas caras, dois pesos e duas medidas
amantes de si mesmos
Nos templos, nas ruas e na selva
Nos campos, nas relvas, e no deserto
Na terra falida e no vão viver
Dentro de ti mesmo, pobre homem!
Vida em vão e voz fúnebre
Vaidade das vaidade , disse o pregador
Açoites do erro, o eu aprisionado
O fim da tarde e o amor a si mesmo, um fantoche
Tu homem só, centro da agonia
Suportando o peso negro das ilusões
Nevoa impura, pó poluído
Sem bravuras e amargos suspiros
No palco do coração, o amor próprio
Pra mastigar o amor aos outros
Famigerada fome de um ego orgulhoso
Oh! não te assustes homem
A terra faminta e o estomago do sepulcro
Engole em doçuras o teu amor vaidoso
Dissipada tuas paixões no esconderijo da morte
Serás o centro do esquecimento...
ClavioJ. Jacinto
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