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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Alma de Palha


Entrego-me aos ventos
Como um coração em busca da saga
Alma de palha
Nas vagas ruas da vida
Nos subúrbios de um universo fechado
Jardim intimo dos meus choros
As fontes de minhas chagas no mundo

Elevo-me a tempestade
Redemoinhos torcem os sonhos de aço
Meus olhos pariram uma só lagrima
Nos berços de muitas galaxias
Flutuo como pétalas cuspidas por furacões
Caindo ferido no pó da lua

Nas esferas do poder da vida
Minhas palavras submergem no silencio secreto
Germina meus prantos nessa epopeia
Quando todas flores morrerem de fome
Estarei eu na seara de minha paciência
Para ouvir o campo lamentar ao grão de areia

Clavio J. Jacinto

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