PORTO PASCAIS
(I)
Palácios de mármores acariciam o frio
As revoadas de pássaros em suma de nuvens
Letras descalças nesses lamaçais lacrimejantes
E eu apenas desapego-me de um mundo surreal
(II)
Ouço a agonia do amor na bigorna da vida
Martelos infiéis sucateiam as virtudes
Num estranho sulco de egos distorcidos
Prisioneiros arrepiantes do paranormal
(III)
Corro desse seculo onde as mãos de sombras
Tornam-se elos de uma corrente pesada
Elas prendem a razão dos outros imemoriais
Mas da janela das flores ouço o ruido das chuvas
(IV)
Ações libertarias acendem meu coração aceso
Uma estrela vespertina ilumina meu estrado
Os dardos de gelo não alcançam meu medo
Então tenho coragem de olhar pro novo céu
(V)
Ouçam: maltrapilhas almas desse mundo
Quem dera-me tirar-vos desse frio mortuario
Mas na praia dessas redenções busco minha nau
Se quiserem, embarquem comigo ao infinito
(VI)
Pois no porto das estações pascais, eu busco
Em tempéries ventanias dos halitos vitais
Já ouço a canção das harpas e fios do infinito
Chegarei lá, porque as mãos divinas me empurram...
(Clavio J. Jacinto)
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