segunda-feira, 5 de março de 2018
DIGITAL
DIGITAL
A multidão antes, menos nociva
Era de pedra e com o pó, não narcisista
Como a lua agachada na lama
Refletida no pouco abismo da noite
Fogueiras e faíscas acesas ao léu
Revelavam a face assustada da infancia
Uivo de lobos e a voz do vento bravo
Breu e silex, a tenda das folhas de outono
Corvos e borboletas no bosque da vida
Arvores frondosas nas montanhas felizes
Veredas e córregos no augusto jardim
Balanço de brisas nas folhas dos capins
A arte rupestre entre as pedras brutas
Mil sombras e conceitos primitivos
A voz ressoante da calamidade labuta
Vôo sequestrado de dardos perdidos
Num lapso, a pagina da historia vira
O antigo se renova e tanto brilha o licito
Entre sons de robôs rabugentos e malucos
A síndrome do cambio de meus dígitos
Da foice, punhal de luz que corta a ilusão
O tempo que mata archotes escuro, morta
Bips e flashes, o luzeiro na face dos Urais
Eu e o sistema em transe impoluto jaz
Num cérebro de cores matrizes chega
A minha vida e a de outros, nesse sistema
Fios que tecem o tapete desse claustro fatal
Grilhões nos prende no mundo digital
As vozes vacilam na minha intermitência
As vagas cintilações de um aço insano
Eu e tantos outros se livrando dessa teias
Que prendem nossa alma no fugaz engano
Livre desses penhascos cintilantes e virtuais
No solo sem nuvens, sólidos pensamentos
Ouço o estampido da tempestade e a chuva
Estou vivo, resgatei a essência dos momentos...
Clavio J. Jacinto
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