Os pássaros passaram pelos campos de flores
Minha alma também passou por lá
As estrelas ainda estão no mesmo lugar
Desde que me tornei não mais criança
Vou de encontro à palha do campo
As colinas escondem as cores do arco-íris
A saudade é um tesouro escondido
Que vive polindo o passado que a alma toca
As gazelas correm pelos sertões obscuros
Aquela estrada
abandonada, recanto das pedras
Tais quais pilares de minhas lagrimas
Fonte oceânica das minhas palavras, eu as vejo
Deito no capim, subúrbios imaginários
Na tua face navegável
minha eterna paixão
Onde as perolas nasceram de um só grito
Mas a coroa das minhas alegrias já se refez
Eu tenho um pedaço dessas espigas douradas
Esmagadas no passado que eu perdi
Recuperei a memória hoje, durante as chuvas
Lembrei-me que tinhas me prometido eterno amor
Mas as ervas transformaram-se em sóis sem fogo
A lua deitou seu rosto sob meu coração trasparente
Ela é muito fria, como o gelo da luz morta
Mas eu corri para outros braços ainda mais estranhos
E o fim do da tarde da vida que chega
Entre os espíritos anônimos escrevo um poema
Esquecestes-me, como a fagulha de um fogo brando
Mas nunca esquecerei que passei por tuas palavras
Clavio J. Jacinto
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