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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Os Pilares da Saudade


Os pássaros passaram pelos campos de flores
Minha alma também passou por lá
As estrelas ainda estão no mesmo lugar
Desde que me tornei não mais criança

Vou de encontro à palha do campo
As colinas escondem as cores do arco-íris
A saudade é um tesouro escondido
Que vive polindo o passado que a alma toca

As gazelas correm pelos sertões obscuros
Aquela  estrada abandonada, recanto das pedras
Tais quais pilares de minhas lagrimas
Fonte oceânica das minhas palavras, eu as vejo

Deito no capim, subúrbios imaginários
Na tua face navegável  minha eterna paixão
Onde as perolas nasceram de um só grito
Mas a coroa das minhas alegrias já se refez

Eu tenho um pedaço dessas espigas douradas
Esmagadas no passado que eu perdi
Recuperei a memória hoje, durante as chuvas
Lembrei-me que tinhas me prometido eterno amor

Mas as ervas transformaram-se  em sóis sem fogo
A lua deitou seu rosto sob meu coração trasparente
Ela é muito fria, como o gelo da luz morta
Mas eu corri para outros braços ainda mais estranhos

E o fim do da tarde da vida que chega
Entre os espíritos anônimos escrevo um poema
Esquecestes-me, como a fagulha de um fogo brando

Mas nunca esquecerei que passei por tuas palavras

Clavio J. Jacinto

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