Oh! que solitárias arcas vazias
Esses espíritos vagarosos em viver
Perdidos no tempo da infâmia das dores
Presos num mundo sem infancia
Como fidalgos em palácios de areia
Náufragos da vaidade
Marés neuróticas consomem o dia
A noite chega, apunhalada por gritos
Os "ais" libertos de almas agonizantes
É o homem no mundo, vivendo sem prumo
Suspendo no muro sem lamentações
Chorando blocos de lagrimas
Eu também estava preso nesse luto
Entre os prodígios das flores perfuradas
Na lastima do pão bolorento
Fui liberto dos grilhões do orgulho
Olhei na lama crua, um espelho
Minha face manchada de pecados
Oh! que vazia arca a minha alma
Perfuradas por feridas das batalhas
Caído no pó do campo minado
Ouvindo o calmo eco sinfônico
Dos lábios puros de um ser tão santo
Eram as mãos de meu regate
Outrora era consumido por vaidades
Mas no porto das almas cheguei
Em ancoras e colunas de amor me apoiei
Fui ao Rei da vida, em fardos e ferimentos
Entregando cada parte quebrada
Da minha sofrida e pobre vida
Estava preso em assustado luto
Mas no refugio dos lírios, cheguei
Corre pobre alma, e bebe da fonte
Canta e dança a redentora libertação
Porque veio o refrigério sobre mim
Eu canto agora: Oh cheia esta minha alma
Clavio J.Jacinto
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