Dos cais de teus portos eternos jaz silencio
Dos ossos escondidos em teus arsenais
Dos homens que no naufrágio do próprio desespero
Nas caladas indignas do medo se desfaz
Quem em ti passa a noite toda, sozinho?
Se tais assombros se acampam no denso calafrio
Quais betumes de morte e pestes que te retratam
Nos ventos mortuários que por frestas assoviam
Das relvas e a vida humana que vem e vai
Nos poros de um épico que a brevidade tece
Dos códigos mortais de uma leve sombra que se esvai
Do existir que dos poucos anos se evanesce
De tais praias não tem um acesso em terra
Dos amargurados que
na desolação do isolamento
Foram banidos das ruas da cidade das sombras
Para ver um ultimo pulsar depois do batimento
Quais tenros lábios que beijaram a frieza
Num ultimato de fausta coragem da emancipação
Que em ti cada cadáver a mais veja
O Mergulho na tumba e a sombra da desolação
Pois a morte que nos ronda algum dia chega
Com a fartura de muitos dias que são somados
Ou a ceifa das enfermidades que ao homem vem
Das portas da vida que batem ou nos é negado
Que das ânsias dessa ilha de dores e tantas fadigas
Nas ponderações nobres sobre a nossa brevidade
Folgas e vive de esperanças, sustos e há quem diga
Brava é a vida que o tempo com o porto da eternidade
CJJ
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