A vida tem uma janela aberta
Dentro do coração entra o sofrimento
Nela vem nossas tempestades
As chuvas de todos nossos lamentos
Como fogo que devora a alma
Os cardos espinhosos que em seus gritos
Nas chamas densas sem dó e calma
Nas farpas de um madeiro maldito
Quem dera apagar da existência
AS matizes de todas as lamentações
Pois de ternura só não se vive
Nem de faz de conta ou encenações
Que a vida é lastima e escreve
Nessa praia rude de areias breves
As santas e horrendas cores
Dessas tão cheias águas de dores.:
(Fulgurantes
Contusivas
Tenebrantes
gravativas
Lascinantes
Constritivas
Pulsateis
tensivas)
Que as ondas tais fúrias de horror
Apaguem essas descrições tão tristes
Que calejam a alma do homem
Que nesse mundo tão breve existe
Agitadas estão os rostos lacrimejantes
Nos dorsais de ilhas e tais tormentos
Porque na selva do açoute desses instantes
Precipitam tais (Ais) tão remelentos
E eu que era profeta do solo barrento
Adormecido nas recamaras desse fascínio
Sonhei, eis tal folha que cai espavento
Num sobressalto e após sopro, o declínio
Vejo as dores e o receio de tais ventos
Nos precalços incertos dessa ansiedade
Na apreensão que vem nesse aterramento
A esperança do alivio, sem panico: (felicidade)
CLAVIO J. JACINTO
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