sábado, 17 de novembro de 2018
Cântaros de Sonhos
Cântaros de Sonhos
Na beira do rio da vida, porto de lama
Quem passa por esses lençóis de nevoas
Encontra o porto de tais secreções lacrimais
Como pássaros ébrios e borboletas douradas
Pirilampos que dançam nos degraus da noite
Vem o estrado onde reinos de sonhos flutuam
Como aromas de cerejas e cântaros de olivais
Cascatas de estrelas em sacras luzes celestiais
Que das velas sem barco vem esse sátiros
Pra assustar a sorte e semear tantos azares
Porque das rasas beiras desse mar, tantos pesares
Um sonho cresce como os lírios das águas
Nas vertentes de cordilheiras de tantas escuras noites
Meu Deus! e eu com todos os demais
Nesse vinho doce que unge e anestesia a alma
Pois que das tantas feridas, o coagulo chega
Das espadas da existência que recorta
Como ferro batido que serpenteia entre martelos
Cada voz de pétalas que encanta o mais belo
Pois desses vasos de sonhos e ilusões
Se quebram nos portais de ondem saem os turbilhões
Pois de carecida existência nessa terra sem lei
Das escapulas que prendem o madeiro do viajor
Pois das flores que nascem da sepultura, esse horror
Que incendeia a dor dos nossos queridos
Quando a morte chaga mortal se tem ferido
As chaves desse poema apenas faz cortejo
Das entranhas eternas do céu numinoso ainda vejo
Que tantas feridas da alma
Podem ser curadas com um abraço e um beijo
Clavio J. Jacinto
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