Esquinas Quebradas da Nossa Vida
Ainda me lembro daquelas
palavras escritas num sorriso
A face inocente de quem
demonstrava amor
Que das poesias de uma breve
saudade dava consolação
Como relâmpagos que em fogos
breves em chamas fátuas
Carregava meu pobre coração de
ilusões
Como erva rasteira nas campinas
de uma relva mal humorada
Debulhando mil amarguras dentro
de um descampado
Tua mão macia e teus lábios
matreiros eram rios de alegrias
Nas turbulências de um choro
interno o inverno veio
Com o colapso das moedas de
tuas promessas
Caiu o espelho de meus sonhos
em chão de faz de contas
Na floresta dessas perturbações
emocionais
Fiquei só nas desconsolações de
uma ave solitária
E descobri que era homem entre
outros homens
Como as folhas do eucalipto num
dia de tempestade
Como a pele distópica do
sândalo ferido exalava a dor
Era as engrenagens da vida
fantásticas que não funcionavam
Tu entre os pessegueiros se
escondia nesse faz de conta
Quanto a mim, corri na vida
desventuras
Numa nuance de espadas
quebradas numa guerra sem fim
Mil sonhos foram comprados no
mundo doido
Quando descobri que era
prudente esquecer
Tomei as folhas das minhas
torturas
Resolvi encarar a vida como ela
é
Só então descobri que a
felicidade estava logo além
De todas aquelas esquinas quebradas
Lamento a todos que não quiseram prosseguir comigo
Clavio J. Jacinto
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