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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Omisso



Omisso

Não andas descalços em brasas acesas
As lagrimas alheias não te pertencem
Na fome, todas as migalhas são tuas
O gemido do outro é teu silencio
A voz do justo é tua ofensa
O egoismo a tua sublime prisão
Do teu orgulho nascem tuas tentações
Tua opinião é maior do que a verdade
A tua ilusão acima da realidade
Pondera teu erro em vão vaidades
És enfeite de sociedade corrompida
Sem virtudes és respiração quase sem vida
Não andas descalços em vidros cortantes
A vida pra ti é impossível utopia
Na própria sede imploras ao desperdício
Só és santuário profano de outra razão
A tua liberdade é uma egolatra prisão
Nas deploráveis molduras da tua hipocrisia
Fardo dos erros de tua logica vazia
Bobagens vorazes da falsa sabedoria
Dessa carga de palhas a loucura consome
Pois no leito de todas vergonhas,
O teu coração dorme

Clavio J. Jacinto

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