É na fortaleza das convicções que
o amor deve repousar seguro, pois muitas vezes o preço da fidelidade tem o
custo do sacrifício.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
sábado, 24 de novembro de 2018
ACELDAMA
ACELDAMA
Dos gritos salpicados de dor e seus refluxos
Nas sebes e a causa de tantas feridas e dissabores
Como as curvas celestes que entoam as dores
Nesse campo de túmulos que entornam as flores
Comprado por preço de tantas lamentações
Que do sagrado feito era a entrega fatal
Como o sol que se esconde entre as colinas frias
As lapides sequestram cadáveres da luz do dia
Que campo santo e as jóias das noites de verão
Estrelas brilhantes gravadas nesse estranho sertão
Onde repousam as saudades de tantos entes queridos
Outros pobres anônimos que sairão feridos da vida
Num relâmpago e as cores retumbantes na tempestade
No calabouço desses sepulcros em terra alheia
Como a arte da fatalidade nos mares de areia
O campo de Aceldama se faz fluir as rosas soberbas
Pois desses cantos onde tudo mais floresce
Os vasos de flores silvestres e a pisada humana
Como chuva que aquece o pó e faz a lama
Assim tal campo é a paisagem dos mortos
Que dessas searas silenciosas se afogueiam castiçais
Como a relva ferida que pra palha vai em paz
Assim nesse campo em que a pobreza tanto bendiga
Depois do martírio algoz até a morte se faz amiga...
Clavio J. Jacinto
Dos gritos salpicados de dor e seus refluxos
Nas sebes e a causa de tantas feridas e dissabores
Como as curvas celestes que entoam as dores
Nesse campo de túmulos que entornam as flores
Comprado por preço de tantas lamentações
Que do sagrado feito era a entrega fatal
Como o sol que se esconde entre as colinas frias
As lapides sequestram cadáveres da luz do dia
Que campo santo e as jóias das noites de verão
Estrelas brilhantes gravadas nesse estranho sertão
Onde repousam as saudades de tantos entes queridos
Outros pobres anônimos que sairão feridos da vida
Num relâmpago e as cores retumbantes na tempestade
No calabouço desses sepulcros em terra alheia
Como a arte da fatalidade nos mares de areia
O campo de Aceldama se faz fluir as rosas soberbas
Pois desses cantos onde tudo mais floresce
Os vasos de flores silvestres e a pisada humana
Como chuva que aquece o pó e faz a lama
Assim tal campo é a paisagem dos mortos
Que dessas searas silenciosas se afogueiam castiçais
Como a relva ferida que pra palha vai em paz
Assim nesse campo em que a pobreza tanto bendiga
Depois do martírio algoz até a morte se faz amiga...
Clavio J. Jacinto
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
A VIDA
O homem perece em seus anseios frágeis, deseja ser nutrido pelos aplausos, precisa da fama e da glória dos homens para encontrar sentido para a vida. Porém essas coisas são as nevoas da vaidade do existencialismo. Perecem como as flores depois da primavera, murcham como as rosas ceifadas para adornarem os túmulos. O homem semeia ilusões para colher decepções, paga com o preço da própria vida para manter-se na ilusão de que tudo vai bem sem Deus. A vida passa, e o pobre incrédulo constrói seu ninho com as palhas de sua razão, mas a vida é implacavel, ela leva consigo o homem com todos seus encantos, e no fim da jornada, o homem sem Deus fica completamente nu diante da eternidade, sem sentido e sem as cordas da misericórdia divina que poderiam sustentar a sua escalada aos confins do infinito, ele cai no abismo, e só nessa condição desesperada, a ilusão se quebra, e os olhos se abrem para a realidade de que suas ilusões fenecem e com elas, o sua própria vida.
C. J. Jacinto
O FIM DE UMA ERA
O FIM DE UMA ERA
Vêm sobre a nossa noite as teias das trevas
Que do medo é a fiação das vestes de todos os sustos
Com cheiro de citronela e aroma de lavanda
Aos tímpanos feridos de gritos sufocados
Nas vozes de tantos lamentos eu não me calo
Nas danças secretas das samambaias
Movidas pelas brisas do vento marinho
No sândalo sangrando depois da meia noite
A lua revestida de vestidos de nevoas
Tais murmúrios que das sagas das estepes
No perfume do pinho e ramos de ciprestes
Ai dos cravos desalmados nessa turva turba
As gentes ressoam choros na purpurina
Como se os rios de canforas escorressem pelas arestas
Onde a vida dos homens coleciona cicatrizes
No âmbar e a luz da tarde e suas matizes
Que venha a doce e tão esperada aurora
Pois a batalha é finda e as loucuras cessarão
O cinamomo salpica o muro das lamentações
O gemido terrível do heliotrópio já ouvimos
Dessas batalhas enfurecidas como furações
Represam na praia sem corpo, os ossos quebrados
E quando o fim do mundo chegou aos moinhos
Homens descalços gritam todas as lamentações
Como um Jeremias que carrega o fardo dos prantos
Num ninho de farpas e espinhos tão profundos
Escrevem os anjos nos pergaminhos: (É o fim do mundo)
Clavio J. Jacinto
sábado, 17 de novembro de 2018
Cântaros de Sonhos
Cântaros de Sonhos
Na beira do rio da vida, porto de lama
Quem passa por esses lençóis de nevoas
Encontra o porto de tais secreções lacrimais
Como pássaros ébrios e borboletas douradas
Pirilampos que dançam nos degraus da noite
Vem o estrado onde reinos de sonhos flutuam
Como aromas de cerejas e cântaros de olivais
Cascatas de estrelas em sacras luzes celestiais
Que das velas sem barco vem esse sátiros
Pra assustar a sorte e semear tantos azares
Porque das rasas beiras desse mar, tantos pesares
Um sonho cresce como os lírios das águas
Nas vertentes de cordilheiras de tantas escuras noites
Meu Deus! e eu com todos os demais
Nesse vinho doce que unge e anestesia a alma
Pois que das tantas feridas, o coagulo chega
Das espadas da existência que recorta
Como ferro batido que serpenteia entre martelos
Cada voz de pétalas que encanta o mais belo
Pois desses vasos de sonhos e ilusões
Se quebram nos portais de ondem saem os turbilhões
Pois de carecida existência nessa terra sem lei
Das escapulas que prendem o madeiro do viajor
Pois das flores que nascem da sepultura, esse horror
Que incendeia a dor dos nossos queridos
Quando a morte chaga mortal se tem ferido
As chaves desse poema apenas faz cortejo
Das entranhas eternas do céu numinoso ainda vejo
Que tantas feridas da alma
Podem ser curadas com um abraço e um beijo
Clavio J. Jacinto
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
A Jornada
Uma jornada não é medida pela sua extensão, mas pela particularidade de cada momento do trajeto, um passo de cada vez e devemos estar atentos ás oportunidades de aprender a viver, um passo e o coração atento aos momentos, para que possam ser vividos com sabedoria, uma atenção voltada para o agora, e permitir que tudo chegou com a permissão de Deus, e no final do trajeto possamos apenas concluir que valeu a pena.
C. J. Jacinto
Batalha de Somme
Abismos abertos na terra da poeira faminta
Esconderijo dos olhos que moldam o medo
Tiros aguardam em replicas de giros do mundo
Que dos colossais estrondos repetem os trovões
Os corpos caem! os corpos caem! beijos na lama
Projeteis ressoam e penetram na carne
Quais espinhos de aço que se libertam dos ramos
Atravessam a farda para descansar na carne fraca
Almas formatadas no estouro das novas armas
Retumbantes ecos na agonia da fome da morte
Contam as gotas desse suor que tinge o sangue
Os "ais da repulsa na aurora de tantas feridas
A terra bebe o sangue num luto embriagado
Tantos braços carcomidos no caos dos disparos
Tias bocejos de faces que osculam a surpresa
Das carcaças tremulas que se entregam ao ar
Nesse mar de corpos inertes e tantas farturas
De gemidos que se apegam as línguas da fumaça
Deixe que a história escreve tão grande tragedia
Tais catástrofes sinistras que espantam as traças.
Que das covas saem essas novas calamidades
Das viúvas que perderam entre seus companheiros
A dama intrépida dessa tão terrível saudade
Pois da perda de uma metade, perde-se algo inteiro...
Clavio J. Jacinto
terça-feira, 13 de novembro de 2018
O FRIO NA CALÇADA DA VIDA
O Frio na Calçada da Existência
Nascer é amanhecer na calçada do inverno
Chegada nas colinas de lampadas enfraquecidas
Com a canção de ninar e olhares paternos
É a vinda pra a terra dos viventes, a vida
É uma chegada e encontro de outro partindo
Nas perolas de tais brilhos de uma ostra ferida
Uma palmada e um beijo assim é o bem vindo
Nessa terra das tantas dores e as pétalas caídas
Quais destrezas dessas estações inquietantes
No calabouço de uma rosa magistral e calafrios
Pois se em mantos de nuvens e choros causticantes
Revemos os portais desse mundo escuro e vazio
Ai que tremor essas cordilheiras de saudades
Pois de voos suaves as mãos da mãe , eu penso
Das cores de uma primavera de tantas bondades
No céu das estrelas de tantos carinhos imensos
E quando já tarde se desperta desse sono infantil
Num luar estupendo que alumia a nossa rua
Vem qual denso grito, sussurro, gemido e assobio
Pra escancara a vergonha dessa vida adulta e nua
Desse desterro o susto é o golpe que nos desperta
Dos ventos que sopram nesse vale cheio de espinhos
Da vida enfim, no mundo real agora descoberta
Que dores, decepções, magoas e tribulações no caminho
Mas a vida que é uma esquina de tais duros conflitos
Acendemos uma luz que assombra a hora pessimista
Pois da fé nasce nesse relento da vida, o crer bendito
Pra suportar algozes sombras, de quem na luz acredita
Clavio J. Jacinto
George Stinney
As flores do campo desabrocharam em Alcolu
Entre os espinhos flácidos e as pétalas de aço
Corsários flutuantes navegam nas nevoas da noite
Um triste fim nos átrios pertinentes a relva risonha
Tais tristes cenários de dois anjos tão inocentes
Perdidas no caminho da vida entram nas portas mortais
Corpos inertes em martírio misterioso
E quem dera-me achar culpados
Se a triste cena a tão triste danação
De ver cravado no coração santo a morte
Quem deveria conter tanta má sorte?
Das entranhas da dor, tome cuidado
Para que do ódio não cometas injustiças
Pois sei que é tão risonho o destino cruel
Quando implacavelmente ceifa as incertezas
Pois de certo modo ao errar nos julgamentos
Perdura-se no tempo a falha da grandeza
Que dos palácios de tantas iras e amarguras
Recai-se sob o cálice de tão sonâmbulos sonhos
As sentenças cruéis que no ódio são mais duras
Oh desencanto de tão árido caminho vão
Vai contigo e leva o livro sagrado na mão
Foi o relâmpago em teus sonhos dilacerar
Como a arvore que abraça a foice das nuvens
Numa cadeira, trono que se ergue para a eternidade
De um ruído que renasce a crueldade
Vem a ceifa de tais calamidades
Chora teu ultimo respirar no suspense da eternidade
Vem a carga a elétrica como a harpa que rouba o silencio
Num trono de réu ergue os olhos e bem vinda as lagrimas
Não há certeza em nossos julgamentos
Quando os sentimentos e não a razão
Tornam-se juízes implacáveis
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
O Sofrimento e a Panaceia
A vida tem uma janela aberta
Dentro do coração entra o sofrimento
Nela vem nossas tempestades
As chuvas de todos nossos lamentos
Como fogo que devora a alma
Os cardos espinhosos que em seus gritos
Nas chamas densas sem dó e calma
Nas farpas de um madeiro maldito
Quem dera apagar da existência
AS matizes de todas as lamentações
Pois de ternura só não se vive
Nem de faz de conta ou encenações
Que a vida é lastima e escreve
Nessa praia rude de areias breves
As santas e horrendas cores
Dessas tão cheias águas de dores.:
(Fulgurantes
Contusivas
Tenebrantes
gravativas
Lascinantes
Constritivas
Pulsateis
tensivas)
Que as ondas tais fúrias de horror
Apaguem essas descrições tão tristes
Que calejam a alma do homem
Que nesse mundo tão breve existe
Agitadas estão os rostos lacrimejantes
Nos dorsais de ilhas e tais tormentos
Porque na selva do açoute desses instantes
Precipitam tais (Ais) tão remelentos
E eu que era profeta do solo barrento
Adormecido nas recamaras desse fascínio
Sonhei, eis tal folha que cai espavento
Num sobressalto e após sopro, o declínio
Vejo as dores e o receio de tais ventos
Nos precalços incertos dessa ansiedade
Na apreensão que vem nesse aterramento
A esperança do alivio, sem panico: (felicidade)
CLAVIO J. JACINTO
Dentro do coração entra o sofrimento
Nela vem nossas tempestades
As chuvas de todos nossos lamentos
Como fogo que devora a alma
Os cardos espinhosos que em seus gritos
Nas chamas densas sem dó e calma
Nas farpas de um madeiro maldito
Quem dera apagar da existência
AS matizes de todas as lamentações
Pois de ternura só não se vive
Nem de faz de conta ou encenações
Que a vida é lastima e escreve
Nessa praia rude de areias breves
As santas e horrendas cores
Dessas tão cheias águas de dores.:
(Fulgurantes
Contusivas
Tenebrantes
gravativas
Lascinantes
Constritivas
Pulsateis
tensivas)
Que as ondas tais fúrias de horror
Apaguem essas descrições tão tristes
Que calejam a alma do homem
Que nesse mundo tão breve existe
Agitadas estão os rostos lacrimejantes
Nos dorsais de ilhas e tais tormentos
Porque na selva do açoute desses instantes
Precipitam tais (Ais) tão remelentos
E eu que era profeta do solo barrento
Adormecido nas recamaras desse fascínio
Sonhei, eis tal folha que cai espavento
Num sobressalto e após sopro, o declínio
Vejo as dores e o receio de tais ventos
Nos precalços incertos dessa ansiedade
Na apreensão que vem nesse aterramento
A esperança do alivio, sem panico: (felicidade)
CLAVIO J. JACINTO
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Esquinas Quebradas da Nossa Vida
Esquinas Quebradas da Nossa Vida
Ainda me lembro daquelas
palavras escritas num sorriso
A face inocente de quem
demonstrava amor
Que das poesias de uma breve
saudade dava consolação
Como relâmpagos que em fogos
breves em chamas fátuas
Carregava meu pobre coração de
ilusões
Como erva rasteira nas campinas
de uma relva mal humorada
Debulhando mil amarguras dentro
de um descampado
Tua mão macia e teus lábios
matreiros eram rios de alegrias
Nas turbulências de um choro
interno o inverno veio
Com o colapso das moedas de
tuas promessas
Caiu o espelho de meus sonhos
em chão de faz de contas
Na floresta dessas perturbações
emocionais
Fiquei só nas desconsolações de
uma ave solitária
E descobri que era homem entre
outros homens
Como as folhas do eucalipto num
dia de tempestade
Como a pele distópica do
sândalo ferido exalava a dor
Era as engrenagens da vida
fantásticas que não funcionavam
Tu entre os pessegueiros se
escondia nesse faz de conta
Quanto a mim, corri na vida
desventuras
Numa nuance de espadas
quebradas numa guerra sem fim
Mil sonhos foram comprados no
mundo doido
Quando descobri que era
prudente esquecer
Tomei as folhas das minhas
torturas
Resolvi encarar a vida como ela
é
Só então descobri que a
felicidade estava logo além
De todas aquelas esquinas quebradas
Lamento a todos que não quiseram prosseguir comigo
Clavio J. Jacinto
terça-feira, 6 de novembro de 2018
A Luz e o Caos
Era Uma terra devastada e tão nua e
vazia
Nas noites que a desordem clamava e
jazia
Num antro que nebulosas escuras
prevaleciam
Atóis de fogo em cinzas e brasas que
ardiam
Sem forma e em oceano de desordens
Nos prantos que o caos em simulacros
acodem
Numa terra que em vastos chãos
queimavam
Ali nos raios cósmicos e tais sombras
reinavam
Nos cristais que flutuavam e ouro
inflamado
O carbono que nas chamas do fogo
dançavam
Que do caos a pedra e o ferro
borbulhavam
Por essas frestas do passado tanto me
assustava
Rios sem bálsamos e jardins sem
flores
Tais épicos seriam de tantos cruéis
horrores?
Ou seria o berço onde nasceriam todas
as dores?
Os silvos dos ventos respondem que
(Não)
Das vastas ondas dos cruéis sopros e
vendavais
Pois dessas desordens não encontro o
cais
Inseguro nos lampejos desse
entardecer
Que das pompas, súbitos estrondoso a
estremecer
Que das póstumas ruínas desse fel me
escondo
Dos meus pêsames e os sulfúreos
vendavais
Aconchego-me nas minas da terra e
ainda mais
Nos restos mortais de Babel e seus
escombros
As pontes de um cálice que das águas
ecoa
Para que em breu fumo que sai, o céu
entoa
Num relance a voz que do alto sublime
bradou
(Haja luz) e da aurora perfeita, a
luz da ordem raiou...
Clavio J. Jacinto
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
Em Sincera Humildade
Em Sincera Humildade
Nossa humildade se sustenta da nossa sinceridade. A tendencia do homem egoísta e egocêntrico é somar os defeitos dos outros. Mas é fato que ninguém pode conhecer tanto a si mesmo como, quanto um egocêntrico. Ele conhece alguns defeitos alheios, mas conhece tudo sobre si, portanto a regra de um homem sincero é sempre considerar-se pior d o que os outros, porque vai encontrar dentro de si, todas aquelas mazelas que não tem certeza de encontrar nos outros. Encontrará dentro do próprio coração aqueles desejos impuros que nunca saberá com certeza se existe no coração dos outros, encontrará todos os pecados mais terríveis que não terá certeza se encontrará na intimidade dos outros. Não há duvida, de que o homem humilde e sincero, colocará a si mesmo como o pior de todos os homens, e quando ele reconhece isso, estará disposto a aceitar sempre a misericórdia de Deus e a viver pela graça oferecida pelo evangelho e que nos é dada pela morte e ressurreição de Cristo
Clavio J. Jacinto
Nossa humildade se sustenta da nossa sinceridade. A tendencia do homem egoísta e egocêntrico é somar os defeitos dos outros. Mas é fato que ninguém pode conhecer tanto a si mesmo como, quanto um egocêntrico. Ele conhece alguns defeitos alheios, mas conhece tudo sobre si, portanto a regra de um homem sincero é sempre considerar-se pior d o que os outros, porque vai encontrar dentro de si, todas aquelas mazelas que não tem certeza de encontrar nos outros. Encontrará dentro do próprio coração aqueles desejos impuros que nunca saberá com certeza se existe no coração dos outros, encontrará todos os pecados mais terríveis que não terá certeza se encontrará na intimidade dos outros. Não há duvida, de que o homem humilde e sincero, colocará a si mesmo como o pior de todos os homens, e quando ele reconhece isso, estará disposto a aceitar sempre a misericórdia de Deus e a viver pela graça oferecida pelo evangelho e que nos é dada pela morte e ressurreição de Cristo
Clavio J. Jacinto
Poveglia
Dos cais de teus portos eternos jaz silencio
Dos ossos escondidos em teus arsenais
Dos homens que no naufrágio do próprio desespero
Nas caladas indignas do medo se desfaz
Quem em ti passa a noite toda, sozinho?
Se tais assombros se acampam no denso calafrio
Quais betumes de morte e pestes que te retratam
Nos ventos mortuários que por frestas assoviam
Das relvas e a vida humana que vem e vai
Nos poros de um épico que a brevidade tece
Dos códigos mortais de uma leve sombra que se esvai
Do existir que dos poucos anos se evanesce
De tais praias não tem um acesso em terra
Dos amargurados que
na desolação do isolamento
Foram banidos das ruas da cidade das sombras
Para ver um ultimo pulsar depois do batimento
Quais tenros lábios que beijaram a frieza
Num ultimato de fausta coragem da emancipação
Que em ti cada cadáver a mais veja
O Mergulho na tumba e a sombra da desolação
Pois a morte que nos ronda algum dia chega
Com a fartura de muitos dias que são somados
Ou a ceifa das enfermidades que ao homem vem
Das portas da vida que batem ou nos é negado
Que das ânsias dessa ilha de dores e tantas fadigas
Nas ponderações nobres sobre a nossa brevidade
Folgas e vive de esperanças, sustos e há quem diga
Brava é a vida que o tempo com o porto da eternidade
CJJ
Ebola
Do Sudão o feroz vento sopra a morte
Dos átrios de todos os medos a voz do susto
Quanto mais se bebe das chuvas subsaarianas
Mais a morte de vírus veste os tímpanos do luto
E que deveras é retorcido tais coágulos de sangue
Como opera em delírios por harpas azuis e negras
As vozes enfermiças em choupanas de areias
As cerimônias da
dança sem vida dessa triste sega
Que outrora na marcha
virulenta que se destina
Nos odres de tâmaras e uvas nas faces derretidas
Como das vozes mais choronas no sal da palestina
Das vorazes e violentas torturas abertas nas tais feridas
Dessas que dos infantes vem tão vias desastrosas
Como intrépido fumo que desfaz toda a luz da aurora
Como a navalha que açoita as lagrimas aquosas
De tais vidas efêmeras em que cedo vão embora
Mas o que de fato fatal nesse campo atroz
Quem canta a labuta dessa infância sem cura?
Pois do ébrio das lagrimas se sobressai a rouca voz
Dessa vara enfermiça que flagela a pele dura
Dos impérios dessa triste e ingrata devastação
Saem jovens e crianças e tantos outros anjos humanos
Como de um delírio que esconde o rosto com as mãos
Nas proezas de uma investidura cálida e o insano
Dos campos erguidos as matizes das flores
Num pórtico eterno que chama do vulto inocente
Pois nas pupilas das manhãs vêm estas póstumas dores
Cadáveres inertes que outrora foram gentes.
(Em memória as vitimas do ebola da Africa)
Clavio J. Jacinto
sábado, 3 de novembro de 2018
Desperta Tu que Dormes
Sais de sono em praias sem lagrimas e opulências
Vi o descanso sempiternos de tais pródigos vivos
Homens no dormitório das nuvens do passado
Filhos órfãos que não aprendem com as tragédias.
Escreve a historia das dores e adormece
Canção de ninar sombrio nas noites sem luz
Apolices de sonhos nas barbas de um mendigo
Turvos cravos em feno que repousa na madrugada
Das vertentes de um sonâmbulo as escarpas
Panacéias embutidas em frascos de perfumes
Tais súbitos gritos em vãos póstumos conflitos
Atende ao clamor desse esfomeado bendito
A anestesia das ultimas lagrimas nesse jardim
Como pães carcomidos nos orvalhos núpcias
Cascas de frutas em incensos amortecidos
No vácuo desses tristes silêncios adormecidos
Não foge mais desperta, olhe ao muno mudo
Nas caladas das manhãs ressoa as angustias
Nas barragens da loucura as fabulas fictícias
Desses cemitérios de vivos voláteis insensatos
Desperta desse amargo sono frágil e infecundo
Porque das paragens fatais do fim do mundo
Um oceano trêmulo de corpos estão adormecidos
Precisam ouvir gritos fracos e depois fortes gemidos
CJJ
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Omisso
Omisso
Não andas descalços em brasas acesas
As lagrimas alheias não te pertencem
Na fome, todas as migalhas são tuas
O gemido do outro é teu silencio
A voz do justo é tua ofensa
O egoismo a tua sublime prisão
Do teu orgulho nascem tuas tentações
Tua opinião é maior do que a verdade
A tua ilusão acima da realidade
Pondera teu erro em vão vaidades
És enfeite de sociedade corrompida
Sem virtudes és respiração quase sem vida
Não andas descalços em vidros cortantes
A vida pra ti é impossível utopia
Na própria sede imploras ao desperdício
Só és santuário profano de outra razão
A tua liberdade é uma egolatra prisão
Nas deploráveis molduras da tua hipocrisia
Fardo dos erros de tua logica vazia
Bobagens vorazes da falsa sabedoria
Dessa carga de palhas a loucura consome
Pois no leito de todas vergonhas,
O teu coração dorme
Clavio J. Jacinto