sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Corsário das Vaidades
Treme o mar encapelado e a nau falsa geme
Se de fardos se escamoteia as peças de artilharias
Como vagos canhões frouxos e muitos fardos
A carga inútil das vaidades desses homens
Que das pompas de um vão ingrato orgulho
Em silvos de ventos e apólices de entulhos
Quais pergaminhos rasgados de pêsames vãos
A vaidade em laços negros e acenos de mãos
Bem vindo é o inútil que pesa a vida
Fardos de bagagens nas orlas de uma existência
Como cego a espreita no fundo vil da carência
Da fome de querer os aplausos dos mortos
Eis que das vãs bagagens os sacos de silício
Dos solos imaginários e flutuantes edifícios
Que a opulência alimenta na voraz luxuria
De piratas , a farsa e o percurso da penúria
Quão pesado é carregar anseios e vaidades
Mais terrível ondas de águas de temeridades
O flanco de areia e ilhas de paixões mortais
As colunas de tantas ilusões são mais colossais
Que em barbáries, as colinas e naus vertentes
Que nas fabulas embriagadas ilude tanta gente
Nesse motim, me livras, oh vento que sopra norte
Nesse corsário crasso que penaliza própria morte
Que de uma fuga voa como gaivota á proa
Que de carmesim o rosto febril mais desbotoa
Nas janelas de uma arca que se abre e atiça
A fugidia alma nas areias movediças
Na rocha o farol alumia e abrigo estandarte
Nessas pedras que de apriscos, se faz combate
Nas ventanias e canhões que de mim retumbam
Pra perfurar os cascos e pérfidos corsários afundam...
CJJ
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