Desde ódio jaz grave som que exaspera e destila
Nas camadas atmosféricas do grito de guerra
Das portas quebradas nos sertões da eterna terra
Que aguda dor em prantos não consigo respirar
As demências da raiva que polui o meu ar
Ai de mim, ofegante,
em luta que eis de suspirar
Pois a fumaça da arma e da batalha é a trama
Que expira e aperta meu fôlego em um drama
Quão pobre meu ser que “non sense” se desespera
Que na falta do oxigênio se debate flutuante na dor
O ar do amor que se desfaz nesse temível temor
Nas caladas e antros do vil nevoeiro que tudo dilacera
As andanças da alma crua na sega dessas tensões
De raiva e a ira nas crostas dessas perpetuas dimensões
Dos homens ferozes com
corações quebrados e feridos
De outros contaminados pelo ódio na alma inserido
Qual língua de fogo sagaz que a tudo devora
A parte intima do amor que é totalmente consumida
Nas brasas da violência que engole as virtudes da vida
Eu tento respirar a índole dos penhascos humanos
Mas que em fios de fabulas eu nem acredito
Ainda que a caridade seja pra tantos um mito
Meus pêsames a mim
mesmo nessa forte tensão
Desse caustico respirar dessa dura inquietação
Que deveras fuga na noite de São Bartolomeu
Quem poderia ter sido no breu de aço ceifado era eu
Mas corro ofegante nessa intensa encenação
O ar que respiro nessa batalha que me envolvem
E que diria mais, se tão cansado estou
Por águas profundas minha alma peregrinou
Agora que o descanso da fadiga feroz chegou
Já não preciso da tristeza, preciso de esperança
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