Que desse silencio germine tantas inquietações
Eu que outrora semeava tantos sorrisos
Hoje vejo as sequencias de todos os zeros
Como uma alma orbitando as nuvens secas
Quando o deserto de todas as canções chegavam
Ouvia a relva nos cais da vida dançar
Num triste momento tudo se quebrou como sonho gelado
Queria ver meus pedaços juntados nesse caminho
Todos foram embora nesse abismo de ausências
Até meu passado roubou minhas saudades
Eu desejo feliz aniversario pra mim
Pois todo o tempo desmontou-se nesses portos
Quem dera-me se os sonhos fossem azuis
A constância de todas as chamas da vela de finados
Ainda que de tão sinistras chamas alumiando
Teria minha alma onde se segurar o destino
Agora que em vão as bussolas me orientem
Nos versos de uma folha solta, desejei cantar
Na labuta de uma leitura nos deleites
A minha alma repousou segura na poesia
Quão validas são as sequencias do meu grito
Sem auroras e os rastros de luzes boerais
Como o crepitar de brasas em gelo silencioso
Nos degraus das estrelas vistas em terras astrais
Vou seguindo por esse rastro de dor
Num vaga vereda entre o céu e o mar
Como as sebes que ocultam as doces uvas
No destino que me alma quer penar
Em centelhas de mil cargas num torvelinho
Esperança aberta na ferida no caminho
As gotas brilhantes de celeste balsamo
Agora são faróis que sustentam meu caminho;
Clavio J. Jacinto
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