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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Janusz KorczaK





Tens alma linda da mais pura criança
Grito dos gritos risos de todos os sorrisos
Ancora da esperança  nessas ondas de ira
Em meio ao charco lacrimal dessa estação de caídos
Mãos consoladoras, que acariciam com paciência
Os ferimentos que tentam  tornar a vida escura

Aos outros, uma entrega de  sacro amor
Como se fosse o brinquedo mais precioso de afetos
Num cântico onde  todos os beijos adormecem
Numa guerra em que o amor nunca perde
A marcha triunfante da vida no ímpeto da caridade
É amar cada próximo como amamos a nós mesmos

Teus passos, a entrega de  um destino para o amor
Eternizado pelo sacrifício mais intimo da compaixão
Num mundo narcisista em extremo
O martírio é ser a esperança de quem vive e morre
Como o trigo inclina-se ao sagrado pó padecente
Para dar no quebrar de suas estruturas, o doce pão

As ações tecem as vestes do tão precioso destino
Os sacrifícios de amor santificam as mais nobres ações
Quando todos correm da vida e suas batalhas sangrentas
Muitos outros abraçam as aflições porque amam demais
Assim  teus atos  não  se escoaram para o  submundo do nada
Pelo amor  consagrastes o propósito da vida,  em doce coragem

CLAVIO J. JACINTO

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Corpo e Alma


Bate a alma desesperada
Na porta fechada
Deseja abrir
Está trancada
Ferros e ferrolhos
O  fio dourado
Do breve consolo

Bate a alma que chora
Na porta grilhões 
Portal de assombro mansões
Deseja entrar
Pobre alma a se cansar
Na madeira endurecida
Tantas batidas

Abre se a porta
O que mais importa
É o mar de um luto
Um breve e frio susto
A alma chora
O corpo dela naufragado
Repouso inerte, no outro lado

Clavio J. Jacinto

Noites


Aquele que deseja atravessar
A breve tarde
Pagina escrita com dedos do tempo
Sem uma chama de esperança
No coração

Aquele que deseja seguir
Depois do esconder do sol da vespera
Destino forjado
Pelos sons de ausenscias
Quando os pardais ja dormem

Aquele que deseja prosseguir
Sem uma luz
Para ir ao centro da noite
Tenha os olhos da esperança abertos
Para que as estrelas iluminem

O caminho....

Fuga das Vaidades


Vi dois homens descontrolados
Corriam loucamente
No frenesi de possuir as coisas
Um queria as neblinas das montanhas
O outro, o ouro debaixo delas
Com braços abertos
Um tentava apanhar
Os filhos das nuvens
O outro cavava
Para encontrar o osculo das vaidades
Dois pobres ingenuos
Perdidos na brevidade das coisas
gastavam a vida na brevidade
Buscando tudo o que é inutil
Pra se viver na infinita eternidade


Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

ECO DE TODAS AS FARTURAS

ECO DE TODAS AS FARTURAS

Olhei para dentro de mim
Alma tranquila em ventos silvestres
Brisa de mar oriental
Brilho de estrela polar
Olhei e me assustei
Porque meu vasto coração
Outrora território desocupado
Foi rasgado por navalhas moveis
Arados que recortam o centro dos sonhos
Ali chorei por tantas feridas
Aflito por ver mãos de nuvens celestes
Que percorria minha dor em fuga
Mãos brancas e cheias de sementes
Espalhavam como alvas torrentes
Sobre toda a minha interna vastidão
A minha dor de rosto de tormento
Mais se inclina nesse choro e sofimento
Sobre as sementes tanto chorava
Minhas lagrimas o chão da alma regava
As dores como um parto de estações
No berço das amarguras sinceras
Uma cais de cores e perfumes
Nasceu dentro de mim
Vastidão de todas as primaveras.

Clavio J. Jacinto

CICLO VITAL



Era uma menina (Tão linda)
Criança formosa (Tão bela)
Que as flores tanto amava
Infância mágica (Cinderela)
Na chuva corria e dançava

Era uma moça tão (formosa)
Tão linda como pétala (de rosa)
Com a vida sorria e sonhava
Em sonhos na vida navegava
Retrato de noiva em belo véu

A menina e a moça se foram
Como um rio finito (que escoa)
Um vento que afronta a proa
Um mar de ígnea luz feneceu
Infante que o tempo levou (morreu)

Quem dera-me ouvir os passos
Ja que o tempo é navalha (de aço)
A estrela feita de gente surgiu
Brilhou tanto no jardim da vida
De cocegas viveu, sorriu e (sumiu)

Clavio J. Jacinto.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

O PERDIDO ERRANTE


O PERDIDO ERRANTE



Meus caminhos...

A que ponto cheguei eu
Nesse caminho de triste pecado
Que feito em alma de rebeldia
Nascido na alma da tumba fria
Fui poeta tão descalço
Perdido nesse mundo de tantas ruas
Nessa vida de tantos caminhos
Tão errante quanto a noite nua
De luzes foragidas nas amarguras
Como se a madrugada fosse espinhos

A que ponto cheguei eu
Dentro das incertezas amei a tenda
Nos rios de choros fiz meu porto
Andei por desvios mui tortos
Cultivei ásperas sementes de ira
Pactuei com erros e outras mentiras
Eu e minha opinião obscira
Perdido como ébrio na noite escura
No breu colossal sem um lume
Falido como primavera sem perfumes

A que ponto teve o Senhor
Que do infinito claustro das amarguras
Mergulha na cruz intensa tortura
Pagando o preço inestimável 
Com paciência e um dom tão amável
Pra da miséria tirar essa alma errante
Que pecava num vicio atroz e constante
Eu que comia feroz asco de engodo
Vieste Senhor me tirasse com mãos fortes
No charco desse lago de lodo

A que ponto chegastes meu Santo senhor
Que na perfuração sagaz de tuas mãos
Trouxesse aos pobres mortais, redenção
Onde não mais havia uma boa esperança
Nas hordas cruéis de brutal matança
Morresse ali naquele monte caveira
derramando o sangue expiatório por mim
As profecias diziam que era assim
Uma morte voraz para glorificar o amor
E vida me deste num campo de atroz terror

Aquela cruz....

(Clavio J. Jacinto)

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A Tarde do fim da Vida


Eu choro vossos prantos
Nos cantos de toda a terra
Jaz o mundo na fome e na guerra
Sou um achado
Na humanidade
Eu choro
Sem risos
Com sorrisos
Por causa de seres
Híbridos de carne e pó
Folego

A tarde
Tem tons coloridos
As águas de meus olhos
Estão turvas
São matizes de todo mundo
O globo terrestre
Meu choro é canto 
Harpa desafinada
Os limoeiros estão florescendo
A alma do outono
É a primavera

Produz a estação
No pomar das minhas certezas
O fruto de minhas
Amarguras...


Jazigo da Falsa Felicidade.



Ouço um grito na escuridão da folia
Amargas têmporas de tão vãs alegrias
A fuga dos presságios em tormentas
Como as nevoas das noites mais frias

Os rastros do pecado é fogo devorador
Nas ruas um truvelinho e ondas de vaidade
Pedintes mendigando a felicidade
Como se as quartas queimassem a iniquidade

Pulam nas ondas desse mar agitado
As espumas de sorrisos tão voláteis
As armas da ilusão em fogos de artificios
Tu dizes: Que tenho eu a ver com isso?

Brada contra o engano e em pia oração
Aos céus brada, levanta as tuas mãos
Choras por todas as almas algemadas
Que na folia recolhem os pedaços da vida

Que sem um jardim onde reunir a esperança
Em fétido curso exaurem todas ansias
Porque se escuro é o sentido deles, o existir
Não tem pobres almas perdidas,para onde ir

Se em meio ao obscuro tempo a vida jaz
Aqueles que procuram uma doce paz
Aonde puderes grita bem alto, para tais
Pois Cristo perdoa e transforma o pecador.

Clavio J. Jacinto

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O CAMINHO DE TODOS OS SILENCIOS


Que desse silencio germine tantas inquietações
Eu que outrora semeava tantos sorrisos
Hoje vejo as sequencias de todos os zeros
Como uma alma orbitando as nuvens secas

Quando o deserto de todas as canções chegavam
Ouvia a relva nos cais da vida dançar
Num triste momento tudo se quebrou como sonho gelado
Queria ver meus pedaços juntados nesse caminho

Todos foram embora nesse abismo de ausências
Até meu passado roubou minhas saudades
Eu desejo feliz aniversario pra mim
Pois todo o tempo desmontou-se nesses portos

Quem dera-me se os sonhos fossem azuis
A constância de todas as chamas da vela de finados
Ainda que de tão sinistras chamas alumiando
Teria minha alma onde se segurar o destino

Agora que em vão as bussolas me orientem
Nos versos de uma folha solta, desejei cantar
Na labuta de uma leitura nos deleites
A minha alma repousou segura na poesia

Quão validas são as sequencias do meu grito
Sem auroras e os rastros de luzes boerais
Como o crepitar de brasas em gelo silencioso
Nos degraus das estrelas vistas em terras astrais

Vou seguindo por esse rastro de dor
Num vaga vereda entre o céu e o mar
Como as sebes que ocultam as doces uvas
No destino que me alma quer penar

Em centelhas de mil cargas num torvelinho
Esperança aberta na ferida no caminho
As gotas brilhantes de celeste balsamo
Agora são faróis que sustentam meu caminho;

Clavio J. Jacinto




A PORTA ERRADA




A PORTA ERRADA

Era uma porta tão linda
Tão bela e sem igual
Parecia tão puro diamante
Imitação de puro cristal

Era uma porta mui atraente
De cores vivas era pintada
Tão chamativa suas cerimonias
De preciosas pedras incrustadas

A fumaça azul tão pefumada
Tão cintilante a chama ardia
Por tão larga e espaçosa porta
O povo curioso, ela atraía

Que queimava tão fogosa paixão
De requintes almas desse vil mundo
Que atraídos por brilhante porta
Que escondia dentro o abismo profundo

De trás de tão linda atração
De mármore e ouro tão colossal
Sugava as almas mais cegas
Para a fome do poço abissal

Em canções letárgicas e cânticos tais
Que o engodo da porta tanto atraía
Em frases doces e promessas de paz
Por trás da porta, mortal erro jazia...


Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Flama Fátua

Que consolos tens?
Se andas sem rumo certo
Sendo levado por ideias alheias
As pedras das incertezas  te atingem
Ferem a tua pobre alma
Oh que aflições existencialistas
Tua alma vaza no tempo
Como nevoa em temporais violentos
As chagas da incredulidade
Te devoram
Quem dera-me te dizer
Que no nada não ha verdade
Que o jardim das mentiras é um engano
Que a flor das paixões humana é uma flama fátua
Uma agonia silenciosa que crepita no coração
Entorpecendo as petálas
Como arvore seca em pântano de temporais
Que consolo tens?
As dores da vida são febres hilarias
Que zombam de teus sustos e não acodem
Teu delicioso medo de fel sem roupas

Como as mais ferozes sombras que devoram a noite
Tua alma canta a embrumação do tempo perdido
Como a lua tristonha que iluminou os passos de judas
Para onde vais em tamanha discórdia
Quando vires um tanto
Para acreditar nas margens do nada
Quando em volúpias de duvidas
Tua alma se embriaga
Sem um tostão pra pagar as festas noturnas
Ah meu amigo!
Que consolo tens?
Quando os navios mercantes da tua alma
Naufragarem na lama da ideologia voraz
teu risos em prantos se entrelaçam
Como as estrelas cadentes
Embriagadas com o desastre
Beijam as chuvas e as hostes insondáveis
Te tantos relâmpagos que fogem da aurora
Descampam no véu sepulcral das duvidas
Assim parte da vida toda a alma sem Deus
Que consolo tens?....

Jornada

Adormeci
Nessa poeira do chão
Fugiu meus sonhos
Voaram
Nessa sempiterna imensidão
Caíram os apegos
Aconchego das minhas mãos
Quebrou-se meus sonhos
Todos fragmentados
Um instante
Espalharam-se todos
Pelos céus
Tornaram-se estrelas
Errantes e brilhanres

Clavio J. Jacinto

sábado, 3 de fevereiro de 2018

O EPICO DO TITANIC

Aberto o caminho de ferrolhos flutuantes
Como espada orgulhosa cortando laminas de águas
Sustentando a lapide de todos os orgulhos e prazeres
Um navio de sinfonias de naufrágios vivos

Num vasto caminho de áspides de ondas
No pomposo dançar dos parafusos retorcidos
Nas engrenagens submersa e cantarolar dos motores
Homens zarpam e cantam o espanta gelos

Beja a proa a pedra de risos congelados
Os "ais" e a ferida que sangra orgulho do casco
Quebram-se as lupas que distorce a visão
Entre sombras e fagulhas, o réu prodigo navio

Abriu-se o portal da noite fantasmagorica
O aprisco do pesadelo é um sonho mais vivo
Assim num mergulho no sepulcro mais fundo
O mar mata a fome e o desastre mata as almas


CLAVIO J. JACINTO

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Ressurreição



Alma adormece no templo do corpo
Crisalida de dor
Doce recanto de pensamentos
Torrentes de alegrias e fardos de tristezas
Destilai a fé  no cálice da esperança
Puro será o amor
Lapidação de pedra bruta
Em imagem celeste da vida
Nos apertos dessa prisão
Chora meu pobre coração
Quando enfim
No romper de todas as ataduras
A voz bendita do Salvador ordena
A Ressurreição...

Clavio J. Jacinto

INCENSO DAS TEMPESTADES.

INCENSO DAS TEMPESTADES.
Se em fel, nuvens em águas transbordam
Afogadas nas incertezas das tempestades
Como o mar que engole o exercito de Faraó
O ventre do oceano, a casa de Jonas.
Dos astros cintilam por trás da noite
As rosas suportam os naufragados espinhos
Como não suportaria eu essas aflições?
Se a dor do mártir é a porta do paraíso?
As pedras das dificuldades caem no jardim
O cerco de arame é algemas dos lirios
Mas o ferro e o vaso nunca impediram
Que os perfumes tingissem a mão dos poetas
Não! não chores em vão, na tarde sombria
O sopro não apaga a eternidade das estrelas
Nem o estrondo das bombas tempestuais
Assustam as sementes adormecidas na terra
Quando cai a agulha fria das chuvas
Tão exasperadas por causa da queda livre
Há um leito de descanso no lago silencioso
Onde a fúria encontra a parede da calmaria
É difícil aceitar as sombras e as aflições
Mas que pesar seria a dor das estrelas
Se elas não adornassem a face da noite escura
Como a erva do campo floresce no monturo
Os lírios não moram nos pântanos?
As fontes puras não são feridas por pedras?
O mel das flores não se aprisionam em favos?
Se a tua alma se rasga, deixa o coração florescer
(Clavio J. Jacinto)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

DESERTOS E PRADOS.


Ainda que em frios sentimentos
O coração do mundo
Fique em fúnebre insensibilidade
Ainda que o inverno traga as sombras
E o sentido do certo e errado
Não mais tenha seus sinais
Como nos prados refúgio de áspides
Torne-se cada recanto sem jardins
Morada de desânimos
Como o mosto do ébrio errante
Contamine a face de todas as virtudes
Quando o mundo perecer nas sombras
Que Deus possa encontrar em meus lábios
Uma canção de esperança
E nas minhas mãos, as sementes do amor
Que Ele possa encontrar em meus olhos
A firme visão da verdade
E no meu coração, o fogo que ilumine o perdido
Pois se a vida em sequidão mortal
Tornar-se moradias de almas secas
Todavia a esperança em mim será oásis.
Clavio J. Jacinto.

O CAMPO E AS FLORES


Qual força do belo (lume)
No celeste firmamento
Qual nuvem que abraça
O esplendor humilda (da relva)
Assim, a frágil flor do campo
Consegue ser imensuravel
Pois é imagem (arrebatadora)
Convence em arte sacra (frágil)
Emite aos olhos a arte divina
De ser pequena entre as colinas
Mas contudo nas (ancoras) da primavera
Em mensagem escrita de (perfumes)
Consegue proclamar
A glória das cores....
Clavio J. Jacinto.