Olhando para si mesmo,
de nós nada esperamos
Como Abraão amortecido,
a fonte da vida estava seca
Olhando para a fraqueza
da sua esposa
Não pode florescer as
rosas no tumulo rigoroso da morte
O tempo nocauteia todos
os vigores
A força da entropia
tudo faz perecer na fragilidade
Como um respirar que
cessa na insuficiência das ânsias
Assim pobre é o homem
que espera de si mesmo
As flâmulas que
desabrocham também se apagam
A vista que enxerga o
horizonte se escurece
Todas as noites nascem
num dia só
Quando o homem fenece
sem crer no amanhã
Como crer sem direção
que se enxergue?
Não foi Abraão por uma
direção que traçava o mistério?
Mais em tudo seus
passos prosseguiram seguros
Porque a promessa vinha
de um Trono Soberano
Nos seus atos havia uma
certeza
E em ternura creu de
todo coração
Pois da luz da fé vem a
firmeza de todas as convicções
É necessário que assim
seja, para torna-se inabalável
Pois o dia do fim da
vida chega
Como uma neblina que
assusta com a glória da luz
Mas o dissipara da
nevoa não for um confronto
Sob a madrugada repousa
todas as incertezas
Crer com esperança sem
esperança em vista
É aceitar que o verme
rasteja e depois voa
As nuvens escuras
trazem as gotas que formam o arco-íris
O fim da vida também
pode ser começo da vida sem fim
Clavio J. Jacinto
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