A terra árida devastada ardia em solidão. As arvores morreram nas montanhas, o céu insólito soprava o halito da sequidão. Na noite, estrondosa via e colapsos sonoros, como se estrelas na infância do faz de conta lutassem com espadas, num guerra cósmica. E dessa guerrilha noturna faíscas e relâmpagos, e os pingos de chuvas caem, ressuscitando o perfume da terra, o petrichor, Quem são essas gotas? o choro das estrelas viúvas que perderam os filhos na batalha celestial. E a terra seca, que recebe tais choros ofegantes, devolvem vapores que a fúria dos ventos remete para o alto. Lá no ermo no desatino solitário, forma-se a nuvem colossal. Essa é a orvalho abundante, que de outrora amargura, irriga o campo e a semente da rosa germina nas areias do campo dos mortos. E como as rosas nascem com os espinhos, esses pontiagudos dedos que ferem e apontam para as alturas, onde a guerra se alastrou e que mais suscita a arte do ferimento, senão que do estouro das nuvens, pereceram no combate as joias silenciosas incrustadas na coroa de todas as noites. Assim procedem as chuvas...
Clavio J. Jacinto
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