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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Pedaços de Batalhas

As vagas horas do dia passam
Como ervas perdidas no campo
As palhas da existência são meras sombras
Levadas por ventos de rotina

Os braços de aço das adversidades
Moldam as estruturas das dores
Como nevoas de absinto
Entornando as águas do lamaçal

A vida é nosso bem maior
Feita de argila e alma do pó
Restos mortais da batalha de Caim e Abel
Átomos insurgentes dos perfumes

Nessa mistura alcalina agridoce
Vivemos, remando contra todas marés
Nem sempre superamos os monturos
Do sulco, brecha, nele semeamos

O inverno límpido é passageiro
O ribombar dos canhões cessam
A vida é caule, fruto e muita palha
Nossos sonhos, enfim, meras mortalhas

Quando descobrimos essa  vaidade
Num recanto de polidas e duras  verdades
Num momento solitário, com a alma a sós

Choramos. Deus tenha misericórdia de Nós.


Clavio J. Jacinto

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