Em que primavera te escondes?
Se minha dó tanto procura
Entre as ervas do Danúbio
Te procuro nos matagais do sertão
Na sombra de pássaros congelados
Na palha do trigo
Nos pêsames de cantos invernais
Em que primavera te escondes?
Se nos charcos iludes o rosto
Nas pálpebras de uma pedra fria
Num lamaçal adormecido na estrada
Choves como placebos
Vigores de gotas sem alvo
Na estante das folhas envernizadas
Em que primavera te escondes?
Minha alma ansiosa
Num banco de réu sem rumo?
Nas vertentes do mar sem águas?
Num ribombar de nuvens assustadas?
Em nada te deleitas
Então choras no tétrico coração pecador
Clavio Juvenal Jacinto
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