Preso em saudosas memórias
Entre os fanais que se acenderam no caminho
As luzes das brasas brilhantes
O ardor da infância adormecida
As esferas celestes de um manto incandescente
Na sutura de minhas dores
Penso...
Como seria se a vida girasse
Em ciclos de passados e futuros
Se a ampulheta girasse como sóis
Ou como dançarinas de fim de ano
Entre o agora e o depois
Onde o caminho do vento se reclinasse
Para socorrer minha face desbotada
Penso...
Nas sagas de minha adolescência
Presas em cordas de sorrisos
Como guitarras atadas na boca de um passaro
Perdido nas ataduras de um sonho
Ou nas aguas de um cântaro quebrado
Todas as lagrimas escondidas
Penso...
Fui fugitivo das cordas de mármores da vida
Sofrido lenhador em florestas de aromas
Nas matizes da campinas descampadas
O sol da primavera de flores metafisicas
Fugidias cores dessas pétalas transparentes
Eu na solitária multidão das nuvens
Penso...
Foi pensando nessas coisas livres
Que senti os braços de todas algemas
No rosto dilacerado de minhas ansiedades
Ouvi o clamor de uma alma perfurada
Onde as coisas inúteis vazaram pra sempre
O que restou senão, restos de luzes borbulhantes
Que ainda conseguem iluminar
O meu dom de continuar pensando
Clavio J. Jacinto
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