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terça-feira, 1 de outubro de 2019

A Semente


                 
                                   
Desprende da arvore
A  semente frágil  depois da primavera
Abre os braços ao sopro intenso dos mares
Brisa marítima a carrega com ímpeto aos desertos
Mas ela não deseja repousar na areia febril
Bate os braços e em asas imaginarias e flutua mais alto
O sopro das águas, ventos tropicais as levam aos cimos
Entre fendas de pedras bate de rosto e lapada violenta
Seus dedos agarram a terra das brechas,
Feridas das pedras
E ali mergulha num sepulcro inseguro e inóspito
Chega a tempestade mais pavorosa e as lagrimas das nuvens
Dilaceram a sua dormência e ela desperta em germinação
Ali mesmo os tentáculos do amor penetram nas profundezas
Nascerá uma arvore de cume,
 A truculência da firmeza mais severa
Depois de guerrear muitas vezes com as tempestades
Digladia-se com furacões e trovões até  vencê-los,
Vem o nobre artesão das águas bravas e a corta
Pois ela de madeira nobre
Será o casco que protege o navio mercante...


Clavio J. Jacinto

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