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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Sonâmbulos Orvalhos


Sonâmbulos Orvalhos


Caindo do telhado das nuvens desamparadas, nas fendas dessa noite de todas minhas palavras adormecidas, o orvalho vem em doce queda até minha face corada de saudades vazias. Sou espectro nas águas geladas que reflete as súbitas peregrinações das nuances da lua cheia.

Quem me dera às pontes de minhas lembranças cruzassem os horizontes que ligam o presente e o passado, então abraçaria a ternura daqueles sorrisos que nunca foram forçados, mas que vieram de um pequeno coração inocente nas fontes da minha longínqua infância.

Mas amanheceu no meu mundo novo, sem arca e sem Noé, só o dilúvio de todas as lembranças misturadas com angustias e essas paginas de um pergaminho tingido de lagrimas sonâmbulas, mas que das rosas dessas tempestades, desses lírios que nascem nos córregos, vieram as canções de meu “adeus”

Como  as dores torrenciais nessa terra de devastações, como nevoa que de espanto corre para as colinas de mil ânsias e clamores que escoam por montanhas afora, desfaço meus lamentos , os laços congelados desses argumentos, entro no casulo e na despedida clamo: ( vou indo embora)


Clavio J. Jacinto


















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