As Profundezas do Eco
Grito: o murmúrio como ondas oceânicas
Do fundo do coração que naufraga anseios
Ver essas vidas
carregando fardos de dores
Nos leitos que navegam em cais eternos
Grito: O sopro dos furacões e lá negras nuvens
Épico desses moradores de rua, atados ao frio
Marginais em prisões e outros em sobras
Efêmeros seres nas incertezas desses creis prantos
Grito: o desmaio súbito desse entardecer de julho
As metáforas de ilusões na balburdia de vícios
Almas entrelaçadas como cipós das selvas serranas
Gemendo sob o peso de fardos labirintos de medo
Grito: os mais trágicos colapsos, infantes sem pães
Nas ruas desse mundo de tantos avarentos
E eu apenas observo pelas frestas da sensibilidade
Que meu eco não se dissipa horizontalmente
Calo-me: e deixo a vida passar por mim
O expresso a existência e seus vagões de vozes
Levam minhas palavras para o lugar nenhum
E eu prossigo, sem me apegar aqui, a nenhum lugar.
Clavio J. Jacinto
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