Lágrimas Profanas na Terra Santa
As águas de teus lamentos, minha Samaria
Que deixei entre os terebintos e a alma do açafrão
Vi nas luzes das estrelas cintilantes
A dança dos grãos de areias no deserto que floresceu
Não disse o profeta solitário que as rosas despertariam?
Nas colinas da Judéia, as minhas pedras choram
Entre os sais do mar morto e as nuvens furiosas
Vejo meus prantos regarem a face das cedros
As fendas das rochas são refúgios de muitas dores
Como os espinhos da cruz de Cristo, que cravados
Ferem o nosso silencio entre os lírios e as tâmaras mais doces
Pois o rosto da Galileia é um sorriso de densas relvas
Vou colhendo as cinzas da amargura do Jordão
Nas três noites de Jonas e o dia do Armagedom
Pois que em orvalhos que repousam do monte Hermon
Descem as geadas, como gotas de maná e perfumes
As tristes chuvas de Golan arrastam
Minhas fortunas de nada ter, a não ser a esperança
Como em Megido e no Carmelo, a minha alma é arma
Pra ferir de alegrias, esses meus sentimentos.
Fechem-se as portas da antiga Jerusalém
Porque ofendi a inocência de cada estação
Nas praias da Galiléia eu repouso em vazios
Apenas só, sentindo o peso do alvorecer mais frio.
Clavio J. Jacinto
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