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quinta-feira, 30 de março de 2017

A Esmeralda de Nero

(Poema em memoria da insanidade humana)

Verde é o sangue que corre na arena
Das vestes de dor dos soldados insípidos
Quais peregrinos da morte em espadas de aço
Estilhaços de glóbulos e celulas na areia
A guerra insólita dos gladiadores
Em furnas de mares e  tétricos suores
E Nero, tão sedento de ver mais sangue
Sorri, refletindo a história da humanidade
Sentado num trono com tanta fome de maldade
Ouvindo o delírio, a emoção da platéia
Da ausência dos sábios que ali não pleiteiam
Raios e faíscas do encontro de espadas
Da vil guerrilha que é circo do povo
Em esmeralda, Nero viu o sangue e a morte
A queda de condenados transpassados
Que tanta má sorte!
O povo grita, alucinado
A morte devora a carne, o rosto esfolado
Que épica ternura da lança transpassada
Da ânsias da morte, das faces rasgadas
Nero sorrindo, aplaude o assombramento
Das feridas da morte, derrama a loucura e toma
Bebida sinistra que embriaga a morte
Triste cena da decadência de um império
Da maldade e loucura, eis dos homens um sintoma
Das tantas loucuras nasce tão injusta sombria fome

Nero insano insaciado põe fogo em Roma...


CJJ

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