Pages

segunda-feira, 13 de julho de 2015

SONHOS MECÂNICOS


Minha mente é oficina fechada
Flores e parafusos entre arames
As rodas do tempo invertem meu ser
Como engrenagens abandonadas

A hélice dos ventos gira devagar
As folhas de alface dançam alegres
Eu ouço o barulho dos motores do coração
A marcha sonora da alma guerreira

As ruelas caídas estampam o chão
Os fios de cobre conduzem as seivas
Aquele rio que percorre o fio da respiração
Ondas magnéticas carregadas de vaidades

Procuro uma caneta entre lençóis de lata
Uma abrigo entre as chapas de bronze
O silencio sopra pelos combustíveis  polidas
Os metais protegem as paredes do sentimento

Mas preciso acordar, voltar  para o lado de cá
Preciso desligar-me das sendas imaginarias
Porque se sonhar é tão doce quanto açúcar
Viver é tão duro quanto as laminas de aço

Clavio Juvenal Jacinto


0 comentários:

Postar um comentário