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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Dresden


Caiu fogo, iluminando o caminho da morte
Choro, rio de cinzas o gemido da dor
Chamas, as asas das almas queimadas
Estampadas no tempo no rosto da criança

Caiu fogo, as bombas e as estrelas do absinto
Um rio caudaloso de sustos e espantos
Um fel virgem misturado com as laminas do pranto
Eu apenas corria num passado que pra mim 
Não existia

Caiu bombas incendiarias
Como petalas de flores infestadas de raiva
Sugando a esperança  e os brinquedos infantis
Num drama de poeira cósmica em corações
Gelados

Caiu o fogo num labirinto de horror
Como se o sol abraçasse os homens
Como um resto de escuridão abrasado
Pela violência das naçõess
Caiu o fogo escondido
Por trás de um amor cadavérico
Os homens batem um martelo
E nós ouvimos os restos sonoros

Quando os corações Se congelam
O fogo sempre cai...


Clavio J. Jacinto

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