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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Entre lírios e caminhos



Entre lírios e caminhos,
Afago perfumes, aromas soltos:
Os campos, as flores nostálgicas,
O intrépido das chuvas de verão.

Minha alma vaga e tão trágica
Que chora em mármores e açafrão.
Caminhos obsoletos da infância,
O ermo de uma nau do sertão,
Riachos arenosos na minha respiração.

Olho firme as conchas marítimas,
O véu que parece algodão de morangos,
O verde ácido do limão.

Encenações e colóquios,
Monólogos do coração ferido
Neste campo silvestre e colorido.

Dores em minhas mãos,
O ouro polido,
Chapéu de palha,
Orquestra lusitana.

Meus sonhos transpassados de espinhos,
Minhas palavras num pergaminho,
Flores descalças em meus sapatos.
O fim do mundo.


 

 

C. J. Jacinto

 

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