Nas sombras desse vale
De tantos enganos e desencantos
Vai alma tranquila,
Nos gritos de tais espantos
Porque temer os hostis perigos?
Prossegue intacto
Cristo é contigo
CJJ
A estética das palavras para exaltar a DEUS
De tantos enganos e desencantos
Vai alma tranquila,
Nos gritos de tais espantos
Porque temer os hostis perigos?
Prossegue intacto
Cristo é contigo
CJJ
Refrigerios da eternidade
Todos os aromas da redenção
Todos os perfumes das promessas
As doçuras da salvação
O alento do Teu perdão
Pois no rio da vida descansrei
Seguirei a Ti Cordeiro
Nos teus passos em puro amor
Pois a felicidade em Ti está
Bendito Salvador
CJJ
Glória e majestade no céu
Cetro de justiça e equidade
Eu descanso em Ti
Como as nuvens que repousam
Nas montanhas
Depois da chuva vem o alento
Tua Palavra é meu alimento
Tu és de eternidade á eternidade
E sustentas meu pobre coração
Que tanto almeja chegar lá
CJJ
Que descansa nos átrios da Tua presença
E, como sustentas
Toda imensidão do infinito
Tambem levarás pra sempre a minha alma
Totalmente para TI Senhor.
CJJ
CJJ
Pétalas de rosas irrigadas nos campos
As chuvas caem nas montanhas
Rios que deslizam para o oceano
Nessa vida tudo corre e escoa
A nossa direção é viver
Correndo ao encontro da eternidade
Que Ele pela graça nos dá
CJJ
Oficina de Nuvens
Não choveu durante todo o inverno, um mistério quase indecifrável, não
encontramos nuvens no céu, todo o infinito de um canto a outro é azul, um
profundo azul que foge de nossos olhos, e a noite cada estrela dança
livremente. Brilham como filhotes de fogo perambulando pelo oceano silêncioso
do céu noturno. Nesse mundo místico as ervas gemem, mas não conseguem chorar
flores, a estação árida impede a oblação das águas. As fontes estão vazias, tão
vazias quanto o firmamento sem fundo, onde os vestidos das galáxias estão
ausentes, esse amontoado infinito de algodão flutuante, que absorve a alma dos
oceanos e derrama sobre a terra como uma criança chorando por sentir a ausência
dos pais foi recolhido do céu, serviço temporário de Serafins, que com
engrenagens invisíveis conseguem arrastar até às mais distantes estrelas do
céu. Atrás de uma cadeia de montanhas mais ao norte da terra dos prados, um
aglomerado de nuvens repousam num pequeno vale, entre dois rios que se cruzam
com águas cristalinas e campos de flores silvestres. Meia dúzia de homens em
uniformes amarelos trabalham dia e noite para reparar nuvens quebradas ou que
apresentam problemas de mecânica celestial. Tal é a profissão piedosa
daqueles homens encerrados num tarefa de concertar as engrenagens quebradas das
nuvens que transportam as férteis águas do firmamento para irrigar os campos e
as florestas e o movimento cíclico das águas. A imensa responsabilidade de cada
homem daquela oficina fantástica a manter as engrenagens funcionando, me chamou
a atenção, principalmente aquele homem de quase quatro metros de altura
pintando uma Nimbus de cinza com tonalidades bem escuras, no mesmo local um
anão de óculos azulados explicava para outro anão que quando as engrenagens das
nuvens se desencaixam produzem estrondos e soltam faíscas despertando a fúria
dos ventos Adormecidos nos cumes dos montes, é a harmonia das coisas
silenciosas que se rompem produzindo tremores eólicos. Outra nuvem retorcida
pelo vento repousava lentamente na oficina, era um Cumulonimbus, avariada pela
quantidade enorme de granizo que carregava sobrecarregada, rompia suas margens
espalhando granizo pelos vales. Dois homens de quase três metros descarregaram
a nuvem avariada para em seguida fazer os reparos necessários, remendar as
partes rasgadas para logo recarregá-las e enviá-las para o Pólo Norte. Noite e
dia, as atividades nunca eram suspensas, nuvens do mundo todo chegavam para
serem consertadas, ao longe podiam ser observados os lampejos das soldas nas
nuvens mais avariadas, o barulho de trovões , eram comuns, ecos que
atravessavam as montanhas e assustavam a noite. Pareciam motores em testes,
misturados com homens cantando até às profundezas da madrugada músicas
orquestradas para assustar o sono manter os mecânicos acordados em meio a
tantas tarefas a serem realizadas.
Uma nuvem iridescente desce lentamente em um dos galpões sem tetos, feitos na
medida para receberem nuvens avariadas, é uma Nacreous, filhas de auroras
boreais, peregrinas nórdicas estrelas flutuantes no oceano atmosférico. Meia
dúzia de anciãos estavam à espera dela, um dos anciãos faziam encenações com os
braços, como se desse a Nacreous todas as orientações de pouso. Adiante, a arte
celeste em campo aberto estendidas sobre a relva a formação de uma
Kelvin-Helmholtz. Era algo pré-histórico, acústico e fenomenal, ondas ou
ganchos para apanhar os anéis de Saturno ou qualquer estrela errante
peregrinando nos caminhos sagrados da ascensão. O corpo místico das rosas e
seus espinhos ondulados como um mar revolto buscando um berço nórdico
para descansar no silêncio sacro de um céu acrílico incrustados de rubis e
gemas acesas. Havia também um galpão para manutenção de nuvens médias como
a Altostratus, nesse recinto, as nuvens recebiam as engrenagens novas
quando rompidas pelos ventos e temporais. Nada poderia ser tão belo naquela
atividade barulhenta de lidar com nuvens quebradas, afinal de contas, as
nuvens são sonhos libertos que flutuam além da nossa admiração. Num magnífico
entardecer elas estão lá no alto , pintadas de brasas vermelhas numa imensidão
azul que pouco a pouco vai cedendo ao mar escuro por onde navegam as mais
distantes estrelas e a lua repousa numa peregrinação oscilante como se fosse
uma laranja untada de lágrimas nostálgicas. Lá estão nossos heróis envolvidos
na tarefa de manter as nuvens correndo no espaço sagrado da nossa existência,
permitindo que as nuvens levem chuvas e sombras em todos os lugares para
garantir a irrigação dos campos e o descanso dos peregrinos da terra. Sem
descanso, noite e dia, lá estão os homens a trabalharem na manutenção épica
dessas massas polidas de algodão singelo, como ilhas flutuantes no oceano
cósmico da atmosfera terrestre, levando aos mais distantes recônditos do
mundo as chuvas e colorindo os céus de outono com uma tintura pálida de cinza
um branco cor de véu e absorvendo o fogo solar para ornar o firmamento de um áureo
esplendor na alma do amanhecer e do anoitecer, e nós pobres mortais perdoamos
todo o barulho mecânico daquelas oficinas porque amamos contar as nuvens e armazená-las
na nossa memória para carregá-las para o mundo de nossos sonhos.
C. J. Jacinto
A vida é uma rosa
Com muitos perfumes de alegria
Que desabrocha em magnitude e beleza
E tem dentro de si há a loucura
Requintes de intensidades
De espinhos de sofrimentos
C. J. Jacinto
No oceano da misericórdia divina
Infinita é a profundidade
Aguas da vida eterna
Desde o infinito do Seu amor
Nesse mar bendito
Mergulhamos em oração
E ninguém morre afogado nele
Quanto mais profundo
Mais vida haverá
Clavio J. Jacinto
Vida derramastes em mim
Tu és meu amparo eterno
Senhor da mina existência
Tu me guias pela eternidade
Pelos caminhos da felicidade infinita
Transportas a minha alma
Pelos recônditos e refugio do amor
Em Ti tenho descanso
Como a noite que após a alva
Adormece na glória do amanhecer
CJJ
Numa entrega absoluta ao Senhor
Como pedra bruta
Que precisa ser lapidada
Pois o quebrar dele
Provocam frestas necessárias
Para que a semente
Das virtudes de Cristo
Germinem dentro de mim
CJJ
Descanso (Augustus Toplady)
De onde vem esse medo e incredulidade?
O Pai não lamentou
Seu Filho imaculado por mim?
E o justo Juiz dos homens
me condenará por aquela dívida de pecado
Que, Senhor, foi cobrado de ti?
Completa expiação tu fizeste,
E até o último centavo pagou
o que teu povo devia;
Como então pode ocorrer ira contra mim
Se protegido em tua justiça,
E aspergido com teu sangue?
Se obtiveste minha quitação,
E livremente em meu quarto suportou
Toda a cólera divina,
Deus não pode exigir pagamento duas vezes —
Primeiro pela sangrenta mão do Fiador,
E então novamente pela minha.
Volte-se então, minha alma, para o teu descanso!
Os méritos de teu grande Sumo Sacerdote
Compraram tua liberdade;
Confie em seu sangue eficaz,
nem tema seu banimento de Deus, uma
vez que Jesus morreu por ti.
Amém!
Por passadas tristezas
Minha alma distante
Em ternas saudades
Vendo meu coração
Palpitar por tanto amor
Pois o que resta viver
Viverei em Ti somente
Na esperança acima da dor
CJJ
Dá todas as flores
E todas as flores dão
Todos os perfumes e aromas
Assim como a doçura do mel
É o labor de todas as abelhas
O outono destila todos os sabores
Assim também a minha alma
Por Ti Senhor tem bendita afeição
Pois é a minha terna alegria
Apreciar a Tua eterna misericórdia
C. J. Jacinto
O Vale de Ossos Secos
Ossos secos sem vida
Separados
Silencio do vale da quietude
Sossegados
Grãos de morte em plenitude
Semeados
Ossos secos sem vida
Ressequidos
Sem nervuras e gemidos
Ossos exilados sem sepulcros
Jardim sem flores descanso de paz
Poeira que jaz
Fim do porto das batalhas
Um cais
Ossos secos cores nubladas
Minadas no sopro da calma
cadáveres sem alma
Cena estranha e calafrios
O fervor da calma
Soldados secos
Náufragos nus de carne
Insepultos da areia
Ossos secos ouvem a trombeta
Não é um vento e nem tormento
É um ímpeto de poder de vida
Um sopro de hálito celestial
Um grande ruído de ossos
Colossal
O mortal
Revestindo-se de vitalidade
Tão grande e portentosa paisagem
A vida emerge de tal aragem!
Firmai os pés no chão abatido da dó
A ressurreição das partículas do pó
Confusão barulho e transtorno
Vidas que morreram e retornam
O Senhor dá a vida
Ordena ou condena
Ele sopra sobre poeira de ossos
Faz a vida brotar desse fosso
O profeta profetizou
Revestido de autoridade celeste
De poder se reveste
É vestido com um manto de glória
Tragada foi a morte pela vitória
Ressurreição dos mortos
Ressurreição de uma nação
A grandeza da elevada conquista
A imortalidade que reluz
Não é obra de uma razão humanista
Mas de uma obra consumada na cruz
CJJ