Cravo e Canela
É tarde furtiva nos campos
O sol caiu sonolento por trás das montanhas
As estrelas dançam ao tocarem as nuvens
Fagulhas incendiarias da noite triste
Como se cada morte afogasse as ilusões
Cada suspiro de transcendência biológica
Levasse todos os sonhos embrulhados na dor
Ouço o soluço de um ancião e flanelas
No campo minado, cravo e canela
Essa loucura da sintonia de alegrias e tristezas
Síntese de amores e dores
A primavera e suas raras belezas
A loucura sinistra das batalhas
No jardim de infância uma criança sorrindo
Da janela do leito do hospital vai surgindo
Um moribundo que olha em nívea luz
É o momento da sua árida cruz
O infante pula vivendo
O enfermo enxerga a si mesmo morrendo.
C. J. Jacinto
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