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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O Conceito do Imaginario

Recolhi nas manhãs do meu faz de conta
Essas perolas celestes do sofrer sem fim
Como as estrelas que fumegam na praia
Pedaços de nuvens luminescentes adormecidas
Um réu sou e condenado, por tão pouco sonhar
Não há caminho mais doido do que o faz de conta
Como o amor que rege o coração no céu vazio
Ou como o inverno que sustenta o frio

Cada rastro riscado no céu e na penumbra
Foi deixado por jatos apressados e flutuantes
Escrevem a loucura das tantas imaginações vãs
De nós pobres homens renascidos na rotina
Um condenado ao sonho perpetuo sou  
Confinado num mar, como tristão da cunha
Colecionador de  grãos de areia e estrelas
Perpetuando a paciência e o sofrer calado

Amo prefácios e as paginas de livros pensantes
As águas das nascentes de um poço sem fundo
Condenado a sonhar, percorro a via dolorosa 
Do faz de conta e das metáforas que o coração cria
Ei de sustentar parábolas e hipérboles nas mãos
Como os mais lúcidos espelhos diante das esmeraldas
Estou cansado, minha alma está tremula e fraca
Os anos são praias, que recolhem-me sem dó...

Clavio J. Jacinto

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