“Nunca mais me esquecerei
esta noite, a primeira noite no campo, que fez da minha vida, uma noite
longa e sete vezes mais aferrolhada” (Elie Wiesel)
Abrem-se os portões
da escuridão da improbidade
Onde o amor em tristezas, foi torturado e sufocado
Lancem essas pedras de tropeços, sem dó e panaceia
Conte-me as farpas que matam a fé, o peso da teodiceia
Judeus e outras raças agonizam entre fogos algozes
Crianças e ciganos etéreos, voam das chaminés do crime
As chamas que beijam apaixonadamente os gases
A alma bestial da
medonha maledicência sem ciumes.
Oh noite escura, tropeço da esperança, asas da morte
Quem dera-me chorar mil vezes por uma só má sorte
Entre as pétalas flamas de uma primavera de escuridão
Onde aos berros silenciosos, abrasam espíritos em prisão
Muitos, em tristes lembranças dizem ser tudo verdade
Outros em risos
arrogantes dizem ser tudo mentira
Oh! Nau de colombo! Afugenta toda minha digna ira
Porque triste está meu coração, por severas impiedades
Vou correr e fugir desses vastos Calvários memoriais
Fugir do estandarte de todas as mortes ambulantes
Fingir que sou humano, que creio na pia compaixão
Tentar ser mais afável com a caridade, um breve instante...
Clavio J. Jacinto
1 comentários:
Apesar de tantas torturas, o homem continua algoz, como se a imagem e semelhança de Deus não fosse seu próximo, fazendo dele campo de concentração, e não templo vivo do Espírito Santo.
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