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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Equilibrista

 
Um memorial alicerçado na noite
Um pergaminho escrito na ânsia
O mar bravio e a tinta, o dourado óleo
Nos restos vitais das estrelas sonambulas

O mito dos sonhos sem sono de cinzas
A sombra ambulante dos sem destino
O rumor do torvelinho e do sopro das ervas
A folha das hortênsias inflamadas em gelo

Eu recorro ao imaginário límpido
Como cristal de rocha sem espelhos
Mil ancoras seguram as minhas palavras

Sou pedaços de serenatas sem cordas
Trapezista do ponteiro do relógio
Firmando os pés para equilibrar a vida


Clavio J. Jacinto




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