Quando findou as estações dos perfumes
Vi o rosto de tantas crianças antigas que cresceram
Gente que foi parte de meu mundo
Rostos que foram partes de meus sonhos
Estão crescidas, como arvores
Cada uma tem seu próprio mundo egoísta
E eu no meio de tudo, alheio
Quase que perdido nesses elos despedaçados
Na inumerabilidade de tantas almas solitárias
Ouvindo o brado de tantas conversas
Como se fossem estilhaços de nuvens
Atravessado os portais da minha memória
Dissipando-se na simetria de estranhas dimensões
Como poeira cósmica reduzida em escombros
O que me resta?
Senão achegar-se a mim mesmo
Consolar-me junto ao meu coração
E esquecer que sou igual a todo mundo
Sou eu apenas um humano solitário
Convivendo com os apegos apagados
A viver conformado com minhas memórias
A face apagada daqueles que ainda sustentam
A minha antiguidade
Clavio J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário