Passei pela estrada do ontem
vi minhas pegadas profundas
palavras que escrevi no vento
gritos que ecoaram no ar
vi meu rosto de criança sorrindo
a mim mesmo que ia indo
por onde agora estou vindo
Colhi as flores que cairam
apaguei as palavras mal faladas
vi as nuvens que deixaram a chuva do amanhã
O sol que se foi na tarde que vivi
as petalas das dores que senti
a mim mesmo que vindo
de onde ontem tinha ido
Por essas ervas de tanta cores
vi meus erros e dissabores
tantos gestos de incertezas
aquele pão quentinho sobre a mesa
de um momento que foi desmanchado
ah, gosto do tempo que senti
Pois agora estou indo
sem poder voltar de onde tinha vindo
Clavio J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário