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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Outra vida que se faz agora



As libelulas se foram
o vento burlou a manhã
caiu a neve
pedaços de algodão congelado
luzes perdidas nas enseadas
nós pobres solitarios
escondidos na superficialidade
das coisas

O pirilampo se foi
não se ve suas luzes nas colinas
os vales adormeceram com as nevoas
nós pobres humanos adormecidos
num leito sagrado
como se a vida fosse um dormir santo
então porque tememos a morte?
esse dormir no além?

Foram-se as chagas das pedras
o marchetar do golpe de nossas palavras
a chuva que vem como um incenso
as aguas que correm no escoadouro da agonia
junto aos corregos de nossos abismos
pobre homem sem luz
vagueia na estrada sem rumo

mas ai dos que acenderam uma lampada
esconderam seus lampejos por trás
de suas sombras
deixaram seu semelhante sem rumo
Dante, já profetizou
correreis por entre os lirios
mas a lama do pantano do egoismo
vos tragará

Eu apenas fico nesse lagar de penurias
ador de todos é a minha dor
o sonho dos poucos é a minha lembrança
pra não me esquecer que são humano
quanto tu mesmo
e por mais que estejamos lonje um do outros
somos de uma mesma estrada
a diferença será somente
o que existe dentro da caixa dourada
dentro do coração sangrado...


CJJ


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