A Coroa e a Cruz
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A cruz ditou a morte
Espinhos pregos ásperos
Armados aos gritos
Campos e o monte caveira
A cena de dores vergonhas
Pálidas e tristonhas
Carnes e peles feridas
Um judeu suspenso
O madeiro que devora
As trevas pela tarde afora
Jerusalém trêmula tanto chora
A agonia triste do Salvador
Que o fel embebido disputa
Com as chagas
Quem mais penetra no interior
Torturas que suspendem o ser
Brados de conflitos vorazes
Dos risos sonâmbulas vozes
Arrasta o rei dos judeus a morte
Das contrárias sortes
O fôlego rasgado ressoa
Do túmulo a foz que recua
A ressurreição com um clangor
A dourada coroa
Encerra a vitória outra vez
Ele se tornou o Rei dos reis
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C. J. Jacinto
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