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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Temporais

 


Temporais

 

 

Entrego-me aos distúrbios das nuvens

Nas remotas águas torrenciais

Frutos de meus olhos insalubres

Os ventos calamitosos nesses lábios cais

 

Onde repousam esconderijos de beijos

Pesares remetidos em agridoces saudades

Num relâmpago amistoso de meus desejos

Num lapso de meus acenos e insanidades

 

A vida depois da meia noite dantesca

Das épicas trovoadas de sapientes choros

Nas agruras partes do ser despedaçado

Pele por pele osso por osso duradouro

 

Como que revestido de estelar imortalidade

Que brilhantes pedras incrustadas no céu

Onde os olhos antigos irrigaram visões

Pois os medos também destilam sonhos

 

Raios acendem mil arco-íres entre nuvens

Num lapso de memoriais de mármore tumular

Por onde estrondos ruem a rua sangrenta

De minha alma ferida estendida no luar

 

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