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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

VARIOS POEMAS

 

 

FINADA NOITE

 

Pedras do caminho do tempo

Luminárias do céu rosado

Tingem nuvens errantes

O calor da sublime alva textura

Aqui na ilha de flutuantes silêncios

Espumas de ondas adormecem

Na areia , alma da ampulheta imaginaria

Infinito horizonte aos meus olhos

Refugio de brisas que fogem do mar

O vento  peregrinou a noite inteira

Levou os aromas das calotas polares

Pelas florestas adentro-se  em tom verde

Trazendo a luz da aurora flamejante

E eu mesmo remanejo meus sorrisos

Por breves instantes

Enquanto o dia prossegue

 

 

 

ARCO DO TRIUNFO

 

Existe uma esperança que nasce no coração

Que destarte é atroz por regras de paciência

Assim como a justiça perfeita vai muito além

De que um simples ato de bondade

Existe um amor que é mais do que ondas sentimentais

Assim como um afeto que é mais do que paixão

Existe uma coragem que é além da ousadia

O impulso da aventura além dos limites

Há uma divisa entre as coisas comuns e ideais

A trajetória de uma historia que começa

Em Escolhas que não são superficiais

É nesse ponto que vem a mutação de todas as virtudes

Onde a luta predomina pelo desafio constante

Na resiliência que sobre dificuldade a firmeza constrói

Nesse precioso momento da ebulição; nascem os heróis.

 

 

 

 

ROSTOS SEM FACES

 

Nas alamedas frias do mundo das multidões

Há tantos seres cravados ás margens da terra

Criaturas eventuais como folhas de relvas anacrônicas

Palhas ao vento das poeiras, pátria das almas

 

No trivial jogo da existência humana

Nos fios do emaranhado desses relâmpagos eletrônicos

A vacuidade de clama altissonante ao céu

Nesse jardim de infâmias onde desabrocha a inércia

 

Ali mesmo, rostos sem olhos choram

A biodiversidade de todas as lagrimas quentes

Tintas de um breviário, a suma do corolário

Restos de um Adão que vaga hoje solitário

 

 

 

 

 

A saudade é uma estrela que brilha

No céu noturno da alma aflita

Mas o amor é o amanhecer

Que desponta sempre no coração

Que tem esperança

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A ILUSÃO DE UM SÁBIO

 

I

Se a eternidade fosse conquistada por sorrisos

O homem estaria rindo da desgraça dos outros

Para buscar um motivo de alcançá-la

II

Se o homem conquistasse a eternidade por lágrimas

Estaria infligindo a si mesmo aos horrores

Para fazer do todo sempre o seu martírio de triunfos

III

Mas a eternidade se alcança somente pela fé

Então o homem ilude-se e semeia o engano

Confiando  em si mesmo ao invés de acreditar em Cristo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CALABOUÇOS DA NOITE

 

Vi um pobre menino com asas angelicais

Voando na noite e colhendo

Pingos de orvalhos luminescentes

Que escondia em frascos de bálsamos boreais

E eu nas seqüelas do sonambulismo ártico

Perguntei  onde ia aquele menino

E ele me respondeu em sorrisos de canduras polares

Nas esparsas canções de doçura mais pura

(Vou semear a aurora)

Voou o menino para o calabouço da madrugada

Horas depois, quando os ferrolhos da escuridão

Quebraram-se,

Meus olhos contemplavam o raiar de um novo dia....

 

 

 

 

 

 

 

 

A PROJEÇÃO DE TUAS SOMBRAS

 

Das vésperas do breu que predomina

A glória da luz de um preço alto

Em contrastes que tal encontro

Apega-te a grandeza da luz

Mas lembra-te com prudência

Que na posse bendita do brilho

Projetarás as tuas sombras

Aos olhos de teu inimigo

 A infâmia que contra ti eleva

Acusando-te que tens trevas.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Carpideiras

 

Chorais e mais ainda lamentais

As dores no âmbar que aprisiona a historia

Das lapides que selam os sonhos antigos

Os céus que sustentam as estrelas no firmamento

 

Chorais como tintura de absinto

Das flores tingidas na pele da cerâmica

No véu das nuvens das manhãs

Que repousam sobre a colina das rosas

 

Chorais por um momento épico

Quando o homem chora, abrem-se as fontes

O sofrimento escoa em devaneios sagrados

Para irrigar todos os mistérios fecundos da vida

 

 

 

 

 

Caminho das Dores

 

A dor não tem um brado fraco

Não é incolor ou mesmo vazia de significados

A dor é cor de rosa

Por trás delas os espinhos fustigam

As estações da vida

A dor não tem forma

Se tivesse, seria um fogo que consome

Uma fagulha que relampeja e arde

Para incendiar todo o desespero humano

A dor não é medido por distancias

Está sempre próxima,

Incrustada na coroa condição humana

Crepita em incógnitas dentro de nós

A dor não tem limites

Mas muitas vezes ultrapassa o desespero

Mas como tudo em si tem um propósito

Ela imortaliza os que perecem

Faz-nos imortais pelo cultivo da fé paciente

 

IMERECIVEL

I

Grita meu pensamento no éter bem-sonante

Essas ácidas lagrimas de meus temores lúcidos

Vozes que quebram as angustias sonoras eufônicas

A minha audácia de crer na primavera complacente

II

As sombras deformam minhas visões do amanhã

Na herança terreal de minhas nevoas espectrais

Onde as correntes de aço prendem o meu  frio coração

Como lâmpadas de cera nas asas quebradas do colibri

III

Perco-me constante nesse labirinto de ínfimo  gelo

Nas ilusões que denotam as bocas abertas abissais

Que em força centrifuga impele pra dentro do surto  eco

As palavras altissonantes de todos meus avalanches  “ais”

IV

Nas praias desse s lamentos que desbota o lírio raro

Insurgentes  são meus pecados nas pálidas tardes

Nas tabuas flutuantes que servem  de ancora e amparo

Ali jaz nua a minha alma resfriada e desabrigada

V

Pois da tempestade assombrada que me assola

Das lembranças de gotas bárbaras que fenecem

Ali na égide do obscuro e crasso prumo nevoeiro

De medo todo intimo da agonia desajeitada  estremece

VI

Quão preciosa é a doce paz que Cristo nos promete

Nas cândidas promessas desse bendito testamento

Das profundezas de todas as mais bravias calamidades

Sorve a minha alma a santa paz em meus tormentos

VII

E sentido a erva que fere meus pés imundos

Numa vereda que mais terra amansa os temporais

Vou seguindo os lírios entre os vales mais profundos

Vi  vislumbre  de santa aurora me deu  augusta paz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Caminho por Dentro da Tempestade

 

Há uma vereda com frios espinhos

Mas nelas florescem as  doces rosas

Há pedras e vales escuros no caminho

Mas tu ó Senhor És a nossa luz

 

Há uma cruz pra carregar na vida

O Calvário súbito de tantas tentações

Mas dos terrores da morte e horrores

Flui imperecível a glória da ressurreição

 

Há cansaço e o desanimo se apega

Num limiar de noites duras congeladas

Mas ali no portal da sombria madrugada

A estrela da manhã incendeia a aurora

 

A vida é vereda dentro das tempestades

Furacões que arrastam nossos clamores

Tinge as chuvas o rosto das nossas dores

Irrigam o chão da alma ferida e devastada

 

Ai de mim, oh Deus, pois Que o ímpeto dos hálitos

Arrasam os jardins e tanto mais te imploro

Venha sempre em doçura, em meu socorro

Pois flutuando em ânsias ainda assim te adoro...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esperança de Vida

 

As flores dançam ao vento da tarde

Uma sensação de plenitude traz cosnigo

O cantar dos pássaros

As nuvens flutuantes

O tempo de viver é agora

A alma se integra a natureza

Das coisas mais simples

Compreendemos o belo

Pois na simplicidade mergulhamos

Na complexidade da existencia

Só então na síntese de todas as coisas importantes

Encontro uma virtude para descobrir

Que vale a pena viver crendo na esperança

Do evangelho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Flores Portuárias

 

 

Que a alva venha romper

Todas as nuvens da alma

Nos véus que apontam o infinito

Como grilhões que encerram

Nas tempestades da vida o meu grito

No limiar dos sonhos intrépidos

No crepitar das chamas colossais

Que incendeiam todo o amanhecer

Das águas que lampejam a foz

Meu grito volátil a seiva da minha voz

Do céu avante tais penúrias errantes

Como névoas de lagos tingem a mata

No instante que nos remete ao pensar

altares de flores no meu coração

Harpas singram o mar da minha emoção

As afeições que nascem da irrigação

De orvalhos lentos que repousam nos olhos

Na vereda que em passos firmes prossigo

Num firmamento que procede o que mais insisto

Seguir confiante o Evangelho de Cristo.

 

 

 

 

 

 

 

Campo Santo

 

Duas tumbas de um homem só

Da morte quais rumos ao pó

As brisas do inverno

Do aroma do café na mó

Entre as quais

Fotossíntese e metamorfose

O sabor dos pêssegos maduros

Sol poente nas janelas da serra

Na quinta da lagoa cheia

Meursault cuspindo fogo na areia

As duas tumbas de um homem só

Como arvore que nasce do renovo

Foi Lazaro quem ressuscitou

Mas morreu de novo

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