FINADA NOITE
Pedras do caminho
do tempo
Luminárias
do céu rosado
Tingem
nuvens errantes
O calor da
sublime alva textura
Aqui na ilha
de flutuantes silêncios
Espumas de
ondas adormecem
Na areia ,
alma da ampulheta imaginaria
Infinito
horizonte aos meus olhos
Refugio de
brisas que fogem do mar
O vento peregrinou a noite inteira
Levou os
aromas das calotas polares
Pelas
florestas adentro-se em tom verde
Trazendo a
luz da aurora flamejante
E eu mesmo
remanejo meus sorrisos
Por breves
instantes
Enquanto o
dia prossegue
ARCO DO
TRIUNFO
Existe uma
esperança que nasce no coração
Que destarte
é atroz por regras de paciência
Assim como a
justiça perfeita vai muito além
De que um
simples ato de bondade
Existe um
amor que é mais do que ondas sentimentais
Assim como
um afeto que é mais do que paixão
Existe uma
coragem que é além da ousadia
O impulso da
aventura além dos limites
Há uma divisa
entre as coisas comuns e ideais
A trajetória
de uma historia que começa
Em Escolhas
que não são superficiais
É nesse
ponto que vem a mutação de todas as virtudes
Onde a luta
predomina pelo desafio constante
Na resiliência
que sobre dificuldade a firmeza constrói
Nesse
precioso momento da ebulição; nascem os heróis.
ROSTOS SEM
FACES
Nas alamedas
frias do mundo das multidões
Há tantos
seres cravados ás margens da terra
Criaturas
eventuais como folhas de relvas anacrônicas
Palhas ao
vento das poeiras, pátria das almas
No trivial
jogo da existência humana
Nos fios do
emaranhado desses relâmpagos eletrônicos
A vacuidade
de clama altissonante ao céu
Nesse jardim
de infâmias onde desabrocha a inércia
Ali mesmo,
rostos sem olhos choram
A biodiversidade
de todas as lagrimas quentes
Tintas de um
breviário, a suma do corolário
Restos de um
Adão que vaga hoje solitário
A saudade é
uma estrela que brilha
No céu
noturno da alma aflita
Mas o amor é
o amanhecer
Que desponta
sempre no coração
Que tem
esperança
A ILUSÃO DE UM SÁBIO
I
Se a eternidade fosse conquistada por sorrisos
O homem estaria rindo da desgraça dos outros
Para buscar um motivo de alcançá-la
II
Se o homem conquistasse a eternidade por lágrimas
Estaria infligindo a si mesmo aos horrores
Para fazer do todo sempre o seu martírio de triunfos
III
Mas a eternidade se alcança somente pela fé
Então o homem ilude-se e semeia o engano
Confiando em si mesmo ao invés de acreditar em Cristo
CALABOUÇOS DA NOITE
Vi um pobre menino com asas angelicais
Voando na noite e colhendo
Pingos de orvalhos luminescentes
Que escondia em frascos de bálsamos boreais
E eu nas seqüelas do sonambulismo ártico
Perguntei onde ia aquele menino
E ele me respondeu em sorrisos de
canduras polares
Nas esparsas canções de doçura mais
pura
(Vou semear a aurora)
Voou o menino para o calabouço da
madrugada
Horas depois, quando os ferrolhos da
escuridão
Quebraram-se,
Meus olhos contemplavam o raiar de um
novo dia....
A PROJEÇÃO
DE TUAS SOMBRAS
Das vésperas
do breu que predomina
A glória da
luz de um preço alto
Em
contrastes que tal encontro
Apega-te a
grandeza da luz
Mas
lembra-te com prudência
Que na posse
bendita do brilho
Projetarás
as tuas sombras
Aos olhos de
teu inimigo
A infâmia que contra ti eleva
Acusando-te
que tens trevas.
Carpideiras
Chorais e
mais ainda lamentais
As dores no âmbar
que aprisiona a historia
Das lapides
que selam os sonhos antigos
Os céus que
sustentam as estrelas no firmamento
Chorais como
tintura de absinto
Das flores
tingidas na pele da cerâmica
No véu das
nuvens das manhãs
Que repousam
sobre a colina das rosas
Chorais por
um momento épico
Quando o
homem chora, abrem-se as fontes
O sofrimento
escoa em devaneios sagrados
Para irrigar
todos os mistérios fecundos da vida
Caminho das
Dores
A dor não
tem um brado fraco
Não é
incolor ou mesmo vazia de significados
A dor é cor
de rosa
Por trás delas
os espinhos fustigam
As estações
da vida
A dor não
tem forma
Se tivesse,
seria um fogo que consome
Uma fagulha
que relampeja e arde
Para
incendiar todo o desespero humano
A dor não é
medido por distancias
Está sempre próxima,
Incrustada
na coroa condição humana
Crepita em incógnitas
dentro de nós
A dor não
tem limites
Mas muitas
vezes ultrapassa o desespero
Mas como
tudo em si tem um propósito
Ela
imortaliza os que perecem
Faz-nos
imortais pelo cultivo da fé paciente
IMERECIVEL
I
Grita
meu pensamento no éter bem-sonante
Essas
ácidas lagrimas de meus temores lúcidos
Vozes
que quebram as angustias sonoras eufônicas
A
minha audácia de crer na primavera complacente
II
As
sombras deformam minhas visões do amanhã
Na
herança terreal de minhas nevoas espectrais
Onde
as correntes de aço prendem o meu frio coração
Como
lâmpadas de cera nas asas quebradas do colibri
III
Perco-me
constante nesse labirinto de ínfimo gelo
Nas
ilusões que denotam as bocas abertas abissais
Que
em força centrifuga impele pra dentro do surto eco
As
palavras altissonantes de todos meus avalanches “ais”
IV
Nas
praias desse s lamentos que desbota o lírio raro
Insurgentes são meus pecados nas pálidas tardes
Nas
tabuas flutuantes que servem de ancora e
amparo
Ali
jaz nua a minha alma resfriada e desabrigada
V
Pois
da tempestade assombrada que me assola
Das
lembranças de gotas bárbaras que fenecem
Ali
na égide do obscuro e crasso prumo nevoeiro
De
medo todo intimo da agonia desajeitada estremece
VI
Quão
preciosa é a doce paz que Cristo nos promete
Nas
cândidas promessas desse bendito testamento
Das
profundezas de todas as mais bravias calamidades
Sorve
a minha alma a santa paz em meus tormentos
VII
E
sentido a erva que fere meus pés imundos
Numa
vereda que mais terra amansa os temporais
Vou
seguindo os lírios entre os vales mais profundos
Vi vislumbre
de santa aurora me deu augusta
paz.
O Caminho por Dentro da Tempestade
Há uma vereda com frios espinhos
Mas nelas florescem as doces rosas
Há pedras e vales escuros no caminho
Mas tu ó Senhor És a nossa luz
Há uma cruz pra carregar na vida
O Calvário súbito de tantas tentações
Mas dos terrores da morte e horrores
Flui imperecível a glória da
ressurreição
Há cansaço e o desanimo se apega
Num limiar de noites duras congeladas
Mas ali no portal da sombria madrugada
A estrela da manhã incendeia a aurora
A vida é vereda dentro das tempestades
Furacões que arrastam nossos clamores
Tinge as chuvas o rosto das nossas
dores
Irrigam o chão da alma ferida e devastada
Ai de mim, oh Deus, pois Que o ímpeto
dos hálitos
Arrasam os jardins e tanto mais te
imploro
Venha sempre em doçura, em meu socorro
Pois flutuando em ânsias ainda assim te
adoro...
Esperança de
Vida
As flores
dançam ao vento da tarde
Uma sensação
de plenitude traz cosnigo
O cantar dos
pássaros
As nuvens
flutuantes
O tempo de viver
é agora
A alma se
integra a natureza
Das coisas
mais simples
Compreendemos
o belo
Pois na
simplicidade mergulhamos
Na
complexidade da existencia
Só então na síntese
de todas as coisas importantes
Encontro uma
virtude para descobrir
Que vale a
pena viver crendo na esperança
Do evangelho.
Flores Portuárias
Que a alva venha romper
Todas as nuvens da alma
Nos véus que apontam o infinito
Como grilhões que encerram
Nas tempestades da vida o meu grito
No limiar dos sonhos intrépidos
No crepitar das chamas colossais
Que incendeiam todo o amanhecer
Das águas que lampejam a foz
Meu grito volátil a seiva da minha voz
Do céu avante tais penúrias errantes
Como névoas de lagos tingem a mata
No instante que nos remete ao pensar
altares de flores no meu coração
Harpas singram o mar da minha emoção
As afeições que nascem da irrigação
De orvalhos lentos que repousam nos olhos
Na vereda que em passos firmes prossigo
Num firmamento que procede o que mais insisto
Seguir confiante o Evangelho de Cristo.
Campo Santo
Duas tumbas
de um homem só
Da morte
quais rumos ao pó
As brisas do
inverno
Do aroma do
café na mó
Entre as
quais
Fotossíntese
e metamorfose
O sabor dos pêssegos
maduros
Sol poente
nas janelas da serra
Na quinta da
lagoa cheia
Meursault
cuspindo fogo na areia
As duas
tumbas de um homem só
Como arvore
que nasce do renovo
Foi Lazaro
quem ressuscitou
Mas morreu
de novo
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