O GUIA PARA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL
Clavio j.
Jacinto
PARTE I
Princípios Para o Cultivo da Vida Espiritual interior e Vertical
CHAMADOS PARA A RESSURREIÇÃO ESPIRITUAL
Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem
(II Coríntios 11:30)
O contexto da afirmativa de Paulo envolve pessoas que se diziam cristãos,
mas não viviam em verdadeira piedade e zelo, tal como as Escrituras
ensinam.(Romanos 12:11) Quase sempre, o problema segue a falta de discernimento
para enxergar a condição de ruína em que os fracos são submetidos. Eles, os
coríntios, não conseguiam discernir o corpo do Senhor. Hoje vimos que certas
cristãos não conseguem discernir o corpo do Senhor na igreja local, onde
precisavam estar ligados para serem membros do corpo de Cristo.(I Coríntios
11:29 12:27 e Hebreus 5:14) A Bíblia não ensina a vida espiritual ambígua, mas
encerra o principio do absoluto. Sim, sim e não não, o que procede disso tem
uma natureza maligna.(Mateus 5:37) Seja frio ou quente, o ambíguo é morno, e
torna-se vomito na boca do Senhor.(Apocalipse 3:16) Deus nos convida para a
duas coisas, primeiro a profundidade no relacionamento espiritual e segundo;
para a fecundidade na questão prática da fé cristã. A vida supérflua
enfraquece, a falta de fervor debilita o coração do cristão, e o texto mostra o
processo dessa apostasia; fraco doente e morto; entendemos que dormir é uma
linguagem figurada para morrer (João 11:11 a 14).
É lógico que Paulo está fazendo sua narrativa com uma abordagem literal.
Era grave a situação de alguns coríntios e também é gravíssima a situação de
muitos cristãos hoje em dia. O texto é interessante, revela uma decadência
gradual, fraqueza, enfermidade e óbito. É um declínio por etapas, e quase
sempre, imperceptível, pois é estratégia do diabo, primeiro cegar o
entendimento, para depois agir livremente sobre sua vítima (II Coríntios 4:4) É
claro que o versículo se encaixa muito bem para uma aplicação espiritual, pois
há um paralelo entre as coisas físicas e espirituais, o Senhor usou muito esse
tipo de comparação. Vamos prosseguir no assunto, pois uma alma que começou a
entrar em processo de apostasia, primeiro torna-se um cristão fraco. De certa
forma a apostasia começa quando existe uma aceitação de uma doutrina de
perdição (II Pedro 2:1 e 2). Vou fazer uma pequena abordagem sobre as etapas
desse declínio, desde a debilidade até a morte.
Repito, tal como ocorre no âmbito das coisas físicas, tal também ocorre
de modo espiritual, seguindo o seu curso de decadência por etapas: fraqueza,
enfermidade e morte.
Primeira: Fraqueza. Há um tipo de fraqueza que é sadia, ela denota a
dependência de Deus e a humildade em reconhecer as limitações humanas. Não é
esta fraqueza que causa enfermidade espiritual. Pois essa fraqueza nos leva
para perto do Senhor e uma busca incessante por Sua ajuda. Paulo fala sobre
essa fraqueza: “Porque quando estou fraco então sou forte” (II Coríntios 12:10)
O Senhor disse a Paulo: “O Meu poder se aperfeiçoa (na tua) fraqueza” (II
Coríntios 12:9) Mas há uma fraqueza que vem com o desanimo e com a debilidade
das convicções e o apagar do fervor espiritual. Essa fraqueza espiritual é
maligna e se caracteriza por certos diagnósticos comportamentais: uma
indisposição em ir aos cultos, tal fraco é forte na procrastinação mas fraco em
colocar o reino de Deus em primeiro lugar, ele é forte em buscar os interesses
pessoais, consegue confrontar todos os obstáculos para isso, mas é incapaz de
romper o que obstrui o caminho da vida cristã prática. O fraco pode ir longe
para satisfazer o ego e inapto para buscar a presença de Deus, de certo modo
quase sempre se aplica as palavras de Paulo quanto a isso: em II Timóteo 2:26:
precisa se desprender dos laços do diabo em que a vontade fica presa. Se você
tem vontade de ir aos cultos, mas não tem forças, a sua vontade está presa a
alguma coisa maligna. Além disso, a fraqueza gera uma indisposição para orar,
estudar as Escrituras e se envolver com as coisas sagradas. A fraqueza
debilita. Com a falta de poder espiritual vem a fragilidade que é a falta de
proteção espiritual, e então vêm as enfermidades espirituais. nessas condições
já não há mais disposição em ouvir a sã doutrina (Tito 2:1)
Segundo: Enfermidade espiritual. Uma doença é uma disfunção, é um ataque
contra a vida, nesse caso, contra a vida espiritual. A situação agora é mais
grave, porque a doença compromete o paladar e a visão e provoca delírios. É um
delírio, quando um desviado pensa que está tudo bem com a sua alma. A doença
espiritual provoca fastio, não há mais prazer em buscar o pão que procede da
boca de Deus, ele não sente fome de pregação e de louvor, não sente prazer em
buscar fartura na mesa espiritual de uma igreja bíblica que é púlpito dela,
onde se prega as verdades fundamentais da vida e da fé cristã. A enfermidade
espiritual é um ensino bíblico (Marcos 2:17) que muitas vezes é comparada com a
lepra (Isaias 1:6 e 7) é próprio do enfermo se isolar do rebanho e tentar
sobreviver as custas de uma falsa esperança. O doente está agora com os
sentidos mais comprometidos, sua inclinação ás coisas espirituais decai mais
ainda, seu estado é mais grave. A falta de apetite das coisas espirituais o
conduz para a busca de paliativos frágeis e artificiais, como um anestésico que
pode tirar a dor de um ferimento mais não curá-lo. Ele passa a sofrer da
síndrome do esconderijo, como Adão e Eva, se esconderam do evangelho e
geralmente busca tecer vestes de justiça própria para cobrir sua condição de
ruína.
Terceiro: Morte. Dormir espiritualmente é padecer falência, e sair da
realidade da verdade e entrar na esfera da decomposição, ou seja, da ruína
espiritual. A morte é o estágio final primeiro a fraqueza e depois a
enfermidade e então a morte. A morte espiritual é um ensino bíblico (Efésios
2:1 e 2) Não há morto que reconheça sua condição de falência absoluta, ele não
tem capacidade de reconhecer o estado precário de devastação da própria alma,
todo o morto precisa receber a luz da gl´ria do evangelho e em seguida uma
chamada para a ressurreição. Só o Senhor pode dar essa vida de ressurreição.
Muitos vezes Deus usa um pregador para dar vida de ressurreição pela pregação,
pois está escrito que a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hebreus 4:12) assim, o
sopro divino de vida é conduzido pela boca do pregador que transmite a palavra
de Deus que foi literalmente soprada pelo Espírito de Deus (II Timóteo 3:16)
Aqui temos um principio que rege todo o universo: só vida pode gerar vida. Se
você está sendo tocado na alma através dessa mensagem, é uma prova de que está
recebendo da vida de ressurreição pelo poder da Palavra de Deus pregada. Se
você está desanimado, fracassado, arruinado, morto e em ruínas, você está sendo
tocado pelo poder da vida que há em Cristo Jesus, está sendo encorajado pelo
Espírito Santo, para começar a freqüentar uma igreja bíblica. Essa foi à ordem
dada ao morto na sua condição sepulcral: “Lazaro! sai para fora!” (João 11:43)
esse é o clamor que o Espírito do Senhor faz a ti agora. Saia do estado de
morte espiritual em que se encontra, e venha para Cristo, pois ele afirmou: “Eu
vim para que tenham vida, e atenham em abundancia” (João 10:10)
METAMORFOSE
PROFUNDA
O Senhor nos
ensinou em João 3:3 que o novo nascimento é uma condição necessária para que o
pecador tenha direito a benção da vida eterna dentro do Reino de Deus. Sem o
novo nascimento, homem algum pode contemplar as glórias do mundo vindouro. No
grego, o nascer de novo é um nascer celestial, é o nascer de cima, é tornar-se
uma nova criação pelo poder do Espírito de Deus. Paulo afirma isso em II Coríntios
5:17: se alguém está em Cristo, nova criatura é. Esse novo homem é de acordo
com o ensino de Paulo em Efésios 4:24 um homem novo criado em verdadeira
justiça e santidade. Esse novo homem é o resultado da redenção e da
regeneração. Cristo é a videira verdadeira e Ele ilustra o cristão redimido
como a vara que está ligada a Ele e que recebe o poder da vida que vem dEle.
(Leia João 15:1 a 8) Jesus afirmou “Dou-lhes a vida eterna, e ninguém as
arrebatará das minhas mãos” (João 10:28). O homem novo tem o Espírito de
Cristo, Paulo afirma: “Se alguém não tem o espírito de Cristo, este tal não
dele” (Romanos 8;9). Eu chamo a regeneração ou o novo nascimento de metamorfose
profunda. Esse processo de transformação se dá por etapas, começa no espírito e
termina no corpo glorificado. A conclusão da redenção é um homem com corpo
glorificado para viver para sempre no Reino de Deus composto de novos céus e
nova terra. “Segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra onde
habita justiça” (II Pedro 3:13) Vimos
esse fato, estudando as palavras do Novo Testamento acerca do assunto. em
Filipenses 3:21 lemos: Que transformará o nosso corpo abatido, para ser
conforme o seu corpo glorioso” e em I Coríntios 15:52: “Os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Os redimidos estão dentro do
processo dessa consumação áurea, seguindo para o resplendor do amanhecer da
glória excelsa do Senhor dentro do novos céus e da nova terra. Assim, Paulo
fala sobre o processo dessa bendita consumação, começando pelo novo nascimento
e culminando na glorificação em II Coríntios 3:18: “Mas todos nós, com o rosto
descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformado
de glória em glória (N. A: Isto é; por etapas) na mesma imagem como pelo Espírito
do Senhor”. Há no espírito do homem que nasceu de novo, a vida nova que
prevalece dentro de si e supera o abismo da morte. O corpo abatido e corrupto
será também transformado em um corpo espiritual, Paulo afirma em I Coríntios
15:44 : “Há corpo natural e também há corpo espiritual”. Ora, existe dentro de
cada redimido esse princípio vital de ressurreição em plenitude de ser. João explicou
isso em I João 5:18: “O que de Deus é gerado, conserva-se a si mesmo” e Pedro
diz em I Pedro 1:23: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da
incorruptível, pela Palavra de Deus”.
Dentro do
homem novo há o poder da metamorfose espiritual profunda, ele entra na dimensão
da vida eterna, a partir da conversão á Cristo, crendo no Evangelho, assim
nasce de novo, assim seu corpo antigo que pertence a esfera adâmica se
enfraquece e se corrompe como a larva que se destina ao casulo, ali se dissolve
completamente num elemento biológico chamado de “pulpa”. Então fechado nesse
casulo, essa massa biológica e amorfa se transforma em uma borboleta, e quando
o casulo se rompe, a borboleta voa. Assim um homem regenerado pode ter seu corpo
dissolvido na morte, mas dentro dele tem um principio eterno, a semente
invisível da ressurreição está dentro das moléculas de seu ser, o poder da
ressurreição está dentro da sua consciência, ainda que o corpo se dissolva
completamente, mesmo assim, o poder da ressurreição de Cristo está dentro dele,
pois ele é uma nova criatura em Cristo, ou melhor, o principio da vida, a
essência da existência está dentro da Pessoa Eterna Cristo e dentro do poder da
mesma ressurreição que Cristo experimentou Lembremos que Lazaro era um cadáver,
todas as células e os órgãos estavam completamente falidos, o poder da necrose triunfou
sobre a vida biológica de Lazaro, mas Cristo restaurou a vida de Lazaro,
introduzindo vida sobre cada parte do corpo que sofreu necrose e estava em
processo de decomposição. (Veja João 11:1 a 46) Essa é uma inclinação verdadeira,
um mover na escala eterna para a nova criação que a nova criatura herdará, como
disse Paulo em Romanos 8:6 “A inclinação do Espírito é vida e paz” essa
inclinação é um mover espiritual ativo na vida de quem nasceu de novo, pois o
homem novo tem esse principio de vida abundante e eterna dentro de si. Jesus
afirmou em João 6:47: “Aquele que crê em mim tem a vida eterna” Nesse
versículo, encontramos no grego o verbo “echó” que foi traduzido por “tem” e
significa uma possessão garantida. Isso significa que quem nasceu do alto e é
uma nova criatura, todo os redimidos possuem a garantia de vida eterna dentro
deles. A presença dessa vida divina é a garantia de que o corpo mortal do
redimido será glorificado e revestido de completa imortalidade.
Ora, somos
peregrinos aqui no mundo, todo o cristão verdadeiro é um peregrino na terra,
ele tem um completo anseio celestial e seu coração está almejando o mundo
vindouro. “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos
abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma” (I Pedro
2:11) Hebreus 11:16 diz acerca dos
santos, que eles desejam uma pátria melhor: a celestial, em outra passagem, a
saber Hebreus 3:1 os redimidos também são chamados de participantes da vocação
celestial e então Paulo ensina em I Coríntios 15:49: “Assim como trouxemos a
imagem do terreno, assim também traremos a imagem do celestial” Concluindo,
lemos em II Timóteo 4:18 sobre a bendita esperança do peregrino cristão, o
redimido, ele tem a esperança em Cristo Jesus, pois é Cristo quem guardará o
salvo até a Sua vinda: “Guarda-me-á para o seu reino celestial, a quem seja
glória para todo sempre . Amém”
FATOS SOBRE A PEREGRINAÇÃO CRISTÃ
Eu resolvi dar ênfase a
vida cristã e a realidade mais profunda da jornada de fé por este mundo, somos
peregrinos em passagem pela vida. (I Pedro 2:11) Deus criou o tempo e nos
colocou dentro dele, entramos aqui e depois saímos para a eternidade. Mas a
jornada em si mesma, embora tenha um destino triunfante, é dotada de uma
verdade indiscutível, crer em Cristo e viver o Evangelho é a única vida que de
fato vale a pena ser vivida no âmbito espiritual eterno, mas a verdade tem um
custo.(Marcos 8:34 e Lucas 9:23) Tendo um fato considerável assim em mente,
sabendo de antemão que a glória do Evangelho da mensagem da cruz nos alcançou,
é preciso que tenhamos uma noção correta sobre a vida cristã e a peregrinação.
Essa é a realidade de fato como experiência de vida, longe das ilusões utópicas
que as falsas religiões tentam incutir na nossa mente, apenas desejo realçar os
fatos, tal como realmente são de acordo com o que a Bíblia nos revela do começo
até o fim.
Primeiro fato. Coisas ruins acontecem com os cristãos, não estamos isentos da
experiência que envolve coisas ruins. É fato, Estevão tendo rosto de anjo foi
apedrejado até a morte, Jó sendo integro sofreu a mais aterradora das
provações, Abraão chorou sobre o Cadáver da sua amada esposa, João foi
desterrado na inóspita ilha de Patmos, Tiago foi transpassado pela espada.
Coisas ruins acontecem no percurso da peregrinação, tais coisas não são um
convite ao desespero, mas ao exercício da esperança celestial, pois tendo um
corpo abatido, aguardamos a cidade celeste, Jesus disse: “No mundo tereis
aflições”(João 16:33) e de fato é assim, devemos aprender com as dores, as
aflições são aulas divinas para treinar o coração do redimido na esperança
celestial, “Tu pois sofre as aflições como um bom soldado de Cristo” (II
Timoteo 2:3)tendo tal verdade em mente, desejo prosseguir; há um outro fato
ainda mais duro de aceitar: nem sempre a escolha por fazer a coisa certa nos concede
experiência de justiça dos homens. A escolha por uma causa justa pode nos
trazer danos, a escolha de João Batista por defender uma verdade lhe custou a
cabeça, a escolha de Paulo por recorrer a Cesar lhe custou o martírio, nem
sempre fazer as coisas certas nos trazem bênçãos imediatas, mas podem trazer
sofrimento e tribulações momentâneas. Porém é fato que essas dores causadas por
escolhas certas, trarão um peso de glória eterna. “Cumpro o resto das aflições
de Cristo, pelo seu corpo que é a igreja” (Colossenses 1:24) “Sei estar
abatido, e sei também ter abundância, em toda a maneira, e em todas as coisas
estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundancia,
como a padecer necessidade” (Filipenses 4:12)
Segundo fato: Nem sempre Deus responde nossas orações de acordo com as nossas
perspectivas mais otimistas. Paulo estava sofrendo com um espinho na carne, de
certa forma, tal coisa lhe dava uma enorme agonia de sofrimentos, mas ao
implorar o favor divino, Deus responde de modo negativo e pede para Paulo
considerar somente a Sua graça. “A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios 12:9) Assim a vida prosseguiu e Paulo não
recebeu o alivio desejado. Aqui temos as
implicações teológicas mais complexas, pois nosso mundo tende a ser cada vez
mais hedonista, e falar sobre assuntos de tamanha complexidade e realidade, é
um insulto ao intelecto pós-modernista, que ampara-se num consumismo e num
materialismo desenfreado seguido de paliativos que tentam anestesiar os
problemas mais profundos da alma.
Terceiro fato: O mundo é um lugar inóspito para quem defende os absolutos da Palavra de
Deus. Não importa o quanto isso possa ser desconfortável, mas a verdade é que
se a posição do cristão for firme com relação às verdades da Palavra de Deus,
ele estará em apuros algumas vezes e sofrerá perseguições em outras “E também
todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus, padecerão perseguições” (II
Timóteo 3:12)Cristãos que defendem os valores que são frutos da justiça do
Reino de deus não serão bem quistos pela maioria dos incrédulos e também pela
maior parte dos cristãos nominais e sofrerá ameaças freqüentes. Será comparado
como inimigo da sociedade, será acusado de ser intolerante, fanático e
obsoleto. Sei que isso não soa muito agradável, mas o que esperar de um mundo
que crucificou o Salvador bendito e matou praticamente todos os apóstolos do
Cordeiro? (Com a exceção de João) organizou uma perseguição furiosa contra os
primeiros cristãos com o objetivo de arrancar o cristianismo pelas raízes para
não florescer nos séculos futuro? Ora o mundo jaz no maligno (I João 5:19)
satanás é chamado de “deus deste século”(II Coríntios 4:4) então vamos rever
nosso conceito de mundo, pois o sistema é composto de muitos reinos que estão
sob o domínio do diabo (Mateus 4:8). Temos uma luta contra inimigos invisíveis
(Efésios 6:10 a 18) que de certa forma tomam posse da consciência e do coração
dos incrédulos (Efésios 2:2) para serem usados como ferramentas ideológicas opostas
aos valores do Reino de Deus e a sua justiça divina.
Quarto fato: O cristão passa por perplexidades e dificuldades, isso faz parte da
vida, todos temos essas experiências, de modo que a nossa trajetória pelo mundo
muitas vezes nos traz sorrisos e outras vezes lagrimas. Uma das mais sublimes
promessas das Escrituras é que Deus enxugará todas as nossas lagrimas,
(Apocalipse 7:17 e 21:4) então é lógico concluir que em choro muitas vezes
marchamos e gemendo, outras vezes avançamos, mas a glória do celeste porvir é
nosso alvo, em João 16 Jesus fala sobre a vinda do Consolador, o Espírito
Santo, e sua função é ser um Consolador pelo fato de existir no mundo pessoas
que precisam de consolação, de outra forma, como podemos entender a forma de
expressão como as Escrituras nos apresentam a pessoa divina do Espírito Santo?
É obvio que a função dEle é nos consolar quando a travessia é uma subida
íngreme ou a descida é um vale escuro. Em tais situações podemos desanimar, mas
devemos prosseguir, pois o Espírito Santo nos consola. “Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados, perseguidos
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos. Trazendo sempre por toda a
parte a mortificação do Senhor Jesus no corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também no corpo”( II Coríntios 4:8 a 11)
Quinto fato: A morte é uma realidade, Salomão em Eclesiastes diz que a tempo de
nascer e tempo de morrer, devemos meditar nesses fatos, os apóstolos morreram,
quase todos os que estão na galeria dos heróis da fé de Hebreus 11 morreram!
Temos poucos exemplos de santos que não passaram pela morte (Enoque e Elias),
porém a morte é uma lei biológica e uma conseqüência do pecado, “ora o aguilhão
da morte é o pecado” (I Coríntios 15:56) porém é o ultimo inimigo a ser vencido
pelo salvo, haverá um triunfo absoluto da morte na ressurreição e vinda literal
de Cristo. “Onde está o morte, o teu aguilhão? onde está ó inferno, atua
vitória” (I Corintios 15:55) Não gostamos de ouvir sobre um assunto tão
desagradável, mas a verdade é que a bíblia nos dá muitos versículos
consoladores sobre esse drama tão sofrível, Paulo considerava a morte como um
ganho, (Filipenses 1:21) aos olhos do Senhor a morte de um santo é preciosa
(Salmos 116:15)e o livro de Apocalipse fala que a morte do santo é uma bem
aventurança espiritual.(Apocalipse 14:13) Assim o que ocorre é que na condição
atual, nosso corpo se debilita e adoece, pouco a pouco envelhecemos, nosso
corpo debilita-se, envelhece, a lei da entropia aplica-se também aos corpos dos
salvos, mas tudo será transformado. “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também em si todas as coisas” (Filipenses 3:20 e 21)
Sexto fato: O triunfalismo terreno absoluto do cristão é um mito, passamos por
dificuldades, a injustiça pode vencer por um momento, a função de Jeremias até
certo momento não foi bem sucedida, o inimigo pode fazer guerra contra os
santos e vencê-los, “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los”
(Apocalipse 13:7), mas isso nunca significa a perda da batalha no seu âmbito
cósmico e atemporal. Antipas era uma fiel testemunha que perde a vida por causa
do testemunho. (Apocalipse 2:13) A voz do pregador que silencia entre os homens
pelo martírio, fará sempre coro aos anjos no céu. Muitas vidas são ceifadas por
causa de Cristo, de certo modo a incredulidade e os inimigos de Cristo parecem
triunfar por um momento, colocando a igreja debaixo de uma perseguição
agonizante severa. A historia dos reformadores radicais (anabatistas) está
cheia de exemplos, o livro dos mártires de John Fox que fale sobre tal assunto
com muita erudição de dores. Por um momento podemos perder uma luta travada na
vida, mas ha perdas que se transformam em triunfo absoluto, e a morte de Cristo
é exemplo de como Deus trabalha encima de uma suposta derrota para conduzir ao
efeito de uma vitória gloriosa. Há perdas terrenas que são ganhos de
inestimáveis valores na dimensão celestial e eterna.
Sétimo Fato: as virtudes cristãs podem nos conduzir a vergonha e perdas temporais.
Mais uma vez entremos nesse fator importante. Muitas vezes a honestidade pode
ser um caminho de fracasso sob a ótica puramente mundana, muitas vezes a
sinceridade pode trazer conseqüências terríveis. A vida de Cristo, descrita nos
evangelhos apontam para isso, seu exemplo de bondade para com os homens
redundou em ódio contra Ele. Muitas vezes a misericórdia divina é respondida
com a ingratidão humana. É assim que as pessoas incrédulas e muitos falsos
cristãos se comportam. O jogo do mundo é a conveniência pessoal, quase sempre
tudo envolve interesses pessoais e egoístas. Não queremos ficar com o prejuízo,
a tendência do homem é driblar as circunstancias para não sofrer qualquer tipo
de dano material e pessoal. Assim, o mundo é viciado nos fins que justificam os
meios, quase sempre a filosofia mundana é pele por pele, tudo quanto o homem
tem dará pela sua própria vida, toda a questão do comportamento humano envolve
conceitos puramente egoístas, e se o cristão não age em conformidade com a
corrupção moral que predomina, sofre os danos e as conseqüências com isso. Mas
perdas temporais e materiais podem ser superados, verdades bíblicas são
inegociáveis, o sermão da montanha faz uma abordagem muito boa sobre o assunto,
e de fato é o mundo muito inóspito para os que querem ser honestos,
transparentes e justos. “Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes
demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? por que
não sofreis antes o dano?” (Coríntios 6:7)
Conclusão: Aqui temos
fatos que tingem a realidade cristã de agonias e sofrimentos na peregrinação.
Eu não tenho sido demasiadamente pessimista, a coroação do santo vem por meio
da legitimidade da batalha e não do descanso. Sei que o cristão está acima da
media nas questões espirituais, e que nossa esperança e consolo são de uma
durabilidade eterna, mas isso não significa que devemos viver um céu aqui na
terra, o caminho de Cristo pode ser observado tomando a vida dEle nos
evangelhos e então entremos no mesmo aminho, seguindo as mesmas pegadas e então
chegaremos no fim da jornada, com a experiência beatifica plena: ver a Deus e
ser consolado por sua presença.
O CHAMADO PARA O SUPREMO PROPOSITO
Em Mateus 22:37 a 39 temos uma
resposta sensata sobre o maior de todos os mandamentos da lei. Foi o Senhor
quem deu a resposta tão magnífica aos judeus que tanto veneravam Moisés, Cristo
assim respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a
tua alma e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O homem deve ter Deus como centro da vida,
deve amar totalmente a Deus. Nossa sociedade parece cair na armadilha do
ateísmo, nesse caso, o homem tenta passar para o centro do universo. Contudo
Cristo mostra outro caminho, em João 4:24 ele diz que devemos adorar a Deus em
espírito e em verdade. Não há qualquer vinculo espiritual com o espírito do
erro que prevalece no mundo. A vida espiritual tem um cume: adorar a Deus de
todo coração alma e pensamento. Quem assim cultiva tão grande amor por Deus
passa a peregrinar pelo caminho de uma bem aventurança, prossegue para a
consumação de uma existência alcançando a visão e a vida beatifica, bem
aventurado os puros de coração pois eles verão a Deus. O verdadeiro homem
espiritual ama a Deus e ao próximo, este é o estado de uma espiritualidade
autentica, oposto dos mundanos que prevalecerão nos últimos dias e que serão
amantes de si mesmos como descreveu Paulo em II Timóteo 3:1 a 7. Amar a Deus e
cultivar um amor permanente pelo Senhor é viver em profundidade de existência.
Vejamos alguns textos das Escrituras que apontam para isso:
Apocalipse 14:7 diz que devemos adorar
aquele que fez o céu e a terra. Salmos 96;9 ensina a adorar ao Senhor na beleza
da Sua santidade. Em João 4:22 Jesus
afirmou a mulher samaritana: “Nós adoramos o que sabemos” você adora a Deus de
todo coração, alma e pensamento? Aqui está o cerne da questão, no âmago das
coisas mais espirituais está um amor forte por Deus uma paixão capaz de remover
toda a frieza das profundezas da alma e iluminar com o esplendor da adoração
todo o coração do devoto. É este um estado de graça muito sublime, é experimentar
o céu na terra, e sentir no centro do próprio ser que o cristianismo é uma
religião de vida abundante. É verdade que por um lado trava-se uma luta dentro
de nós, pois o diabo quer pelo menos um pequeno lugar onde possa guardar suas
parafernálias pecaminosas dentro de nós, mas a entrega absoluta a consagração
total deve ser um alvo, um objetivo que devemos alcançar ainda aqui nessa vida.
veja que em João 14;23 Jesus afirmou que quem ama á Ele, guardará a palavra
dEle, e então tal cristão será também amado do Pai, e ambos Cristo e Deus pai
virão fazer morada no homem interior do coração consagrado. Paulo disse em I Coríntios
6:19 que o cristão é templo do Espírito Santo. Temos um templo interior e ali
devemos amar a Deus, um sacrifício vivo, negando a nós mesmos e servindo a deus
no interior do nosso coração expressando grande estima e admiração por Cristo A
devoção fervorosa jamais deve se apagar dentro do coração consagrado a Deus. O
coração do cristão devoto é um pedaço do céu na terra, ele brada com toda a
intensidade de amor desde o seu centro do ser “Santo, santo, santo é o Senhor
dos exércitos”(Apocalipse 7:14) lá nas moradas do deus altíssimo, as almas mais
puras adoram ao Senhor de noite e de dia, num estado de êxtase celestial e
plena de beatitude, e isso é a consumação de uma existência completa em todas
as partes. Thomas Watson falou sobre quatro elementos que procedem da alma
devota (Apreciação, afeição adoração e sujeição) e creio ser elas o modo como
devemos compreender o mandamento do Senhor descrito em Mateus 22;37 a 39. Vou
fazer uma definição de cada um desses elementos:
Primeiro: Apreciação: Apreciara
bondade de Deus, a misericórdia divina é a fonte da bondade mais nobre, devemos
apreciar a redenção oferecida por Deus por intermédio de Cristo. Apreciar é ter
uma opinião moral elevada por Deus. É ter uma estima elevada por meio de uma avaliação
profunda.
Segundo: Adoração: É render culto á
algo venerável, é o exercício funcional di puro amor, é render culto racional é
o cultivo do relacionamento intimo e espiritual, A vida cristã deve ter um
relacionamento intimo e permanente com Deus, é acima de tudo venerar e admirar
todas as virtudes ae atributos de Deus
Terceiro; Afeição: Significa afeto por
um vinculo de aproximidade relacional com alguém que desejamos ter ao nosso
lado, é o sentimento de prazer, alegria e satisfação pela presença de quem
amamos. É o anelo por uma comunhão ininterrupta e profunda com Deus.
Quarto: Sujeição: Jesus disse; “Aquele
que guarda as minhas palavras”. Se Ele é o Senhor, nós devemos ser servos,
devemos estar em plena sujeição é ele “Seja feita a Tua vontade assim na terra
como nos céus” por isso também devemos ser santos em toda a nossa maneira de
viver. Reconhecer o Senhorio de Cristo é uma atitude que prevalece na vida
daquele que realimente nasceu de novo, em suma, aquele que amam a Deus deve
também estar completamente sujeito a Sua Palavra
PARTE II
Principios
Para o discernimento Espiritual
A LUZ NECESSARIA PARA
VIVERMOS SOBRIOS ANTE A CONFUSÃO QUE
PREVALECE NO MUNDO.
Paulo advertiu que chegaria o tempo em que a sã doutrina não
seria suportada (II Timóteo 4:3) no capitulo anterior ele já esclarecia que os
últimos tempos seriam dias trabalhosos (II Timóteo 3:1). Há uma escuridão
espiritual que prevalece no mundo, e isso ocorre por causa da ação continua do
deus deste século, que cega o entendimento dos incrédulos (II Coríntios 4:4),
mas seu sistema operacional vai além, pois ele consegue enganar todo o mundo, e
de certa forma consegue mover pessoas esclarecidas para a apostasia. Sabemos
que a escuridão espiritual aliena as pessoas (João 1:13). As trevas do presente
século se expandem por causa do pecado, e isso afeta o coração de todos, é
necessário que um salvo permaneça completamente dentro de uma igreja bíblica,
pois somente quando ele está debaixo de um intenso mover de pregação bíblica,
ele estará em condições de obter discernimento espiritual, pois o Espírito do
Senhor assim expressa a condição de um remanescente “Lâmpada para os meus pés é
a tua Palavra e luz para o meu caminho” (Salmos 119:105) é fundamental que quem
deseja receber luz suficiente para permanecer sóbrio durante esse tempo de
trevas espirituais, tenha em mente esse fator: deve permanecer numa assembléia
cristã, a igreja local que prega a
Palavra com fidelidade e a põe na seqüência de prioridade sempre, pois a
palavra é viva e eficaz (Hebreus 4:12). O cristão não tem outra escolha, ou ele
se submete a esse principio ou corre um grande risco de ser enganado.
A pratica de uma religião de formas e rituais não é uma
garantia de receber luz espiritual, os judeus embora tão severos em suas
doutrinas e religião, rejeitaram a Cristo. Quando O Verbo veio em carne, João
diz “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (João
1:5) Assim também hoje, muitas pessoas podem afirmar que crêem na bíblia e que
possuem uma religião muito tradicional e histórica e está em trevas, o simples
fato de não se sujeitarem a buscarem a sã doutrina e a buscarem com diligencia
ouvir os pregadores mais bíblicos é uma evidencia contra eles. A grande
divergência na questão da vida espiritual é que embora tenhamos tanto critério
quanto ao tipo de alimentação que devemos consumir, com relação a pregação, já
não há tanto critério, o que sustenta a tese de que a maioria não tem um
cuidado severo com relação a sua saúde espiritual, o resultado disso é uma
miopia, uma cegueira. Satanás primeiro precisa enfraquecer sua vitima, para em
seguida dar o golpe nos olhos, como Sansão, o primeiro ataque do inimigo foi
vazar seus olhos, como Eva que viu que a arvore e o fruto era agradável aos
olhos, como os judeus quando Jesus falou sobre a condição espiritual da maioria
deles “Para que, vendo, veja,m e não perceberam; e ouvindo ouçam, e não
entendam, para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados” (Marcos
4:12) Assim, a conversão é uma saída da potestades das trevas, porém a
apostasia é um retorno para lá, porém nesse retorno, tomando o arado e olhando
para trás, a fim de enganar suas vitimas, o diabo se transfigura em anjo de
luz, para produzir todo um cenário fraudulento com a falsa luz espiritual a fim
de persuadir suas vitimas de que não há nenhum perigo quanto a condição que se
encontram. Assim, quando alguém não se preocupa com as coisas fundamentais da
graça de Deus, freqüência aos cultos, santa ceia oração, leitura e estudo
diligente das Escrituras e seu vinculo a uma igreja local, isso é uma prova de
que está debaixo de cegueira espiritual. A estratégia do inimigo é promover uma
escuridão confortável, o entendimento fica comprometido, a percepção fica
alienada á ilusão, esse é o método do engano sutil. A vitima não se desespera
como quando cai numa armadilha, mas é presa pelos encantos de falsos milagres e
manifestações sobrenaturais “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás,
com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (II Tessalonicenses 2:9) e
quem serão as presas a caíram na armadilha do engano? Aqueles que estão em
trevas, a escuridão espiritual que os faz pensarem que a exposição fiel das
Escrituras não é importante, aqueles que não se importam em conhecerem todo o conselho
de Deus, aqueles que não amam a verdade, como ela deve ser amada, porém são
frouxos, tem uma visão elástica do cristianismo, acham que tese e antítese
podem conviver lado a lado, olhe para a tendência da pós-modernidade, a
filosofia que mais cresce dentro das igrejas atuais é o relativismo, a perda de
verdades fundamentais e dos absolutos levam o mundo religioso para uma grande
confusão babélica, mas Deus não é Deus de confusão (I Coríntios 14:33) assim
lemos que há um grande perigo no coração dos que não crêem nos absolutos
divinos, que estão vivendo numa frouxidão doutrinaria muito grande, que se
conformam com o presente século, “E por
isso Deus enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam
julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na
iniqüidade”(II Tessalonicenses 2:11 e 12) e por que Deus enviará essa operação
do erro? O contexto explica a razão:
“Não receberam o amor da verdade para se salvarem” (II Tessalonicenses 2:10)
sem paixão pela verdade, sem zelo pela verdade. Muitos podem até ter uma
qualidade assim, porém ter zelo sem entendimento apenas firma o coração do
homem nas coisas equivocadas.
A hora da escuridão que tem chegado sobre o mundo conduz as
almas para uma falta de entendimento das coisas espirituais. Quanto menos luz
verdadeira, mais falsificação espiritual pode ocorrer com um índice de
aceitabilidade maior. Assim, é lógico
compreender a necessidade da exposição das Escrituras com coerência e muita determinação,
pois um púlpito ocupado por um pregador bíblico é uma lâmpada que está acesa
diante dos membros de uma igreja local, e mais ainda é um farol que orienta as
almas que navegam pela vida, para adverti-las a não naufragarem nas profundezas
do pecado. Que grande benção quando o homem de verdadeira piedade busca com
diligencia ficar debaixo da luz da palavra de Deus, ele sabe que todo o
conselho de Deus é a luz que o conduz para dentro da soberana vontade do
Senhor, e mais ainda; tendo em vista que a palavra de Deus concede a luz
poderosa para a nossa consciência de modo a dar o entendimento eficiente para
não sermos levados por todo o vento de doutrina. O cristão bíblico é conhecido
por suas virtudes e amor ao Evangelho, ele suporta sã doutrina, ama conhecer a
verdade, busca crescer na graça e no conhecimento, ele tem uma fome enorme por
alimento sólido, tem zelo com entendimento, a graça ensinadora de Deus lhe
convence que é uma urgência permanente ouvir os ensinos das Escrituras de forma
pratica e expositiva, o gotejar da doutrina santa é um
manancial que ele almeja sempre buscar para saciar as ânsias da vida
eterna que está dentro dele.
O apostolo Pedro adverte que assim como nos tempos antigos
apareceram falsos profetas que enganavam e desviavam o povo da verdade, também
nos últimos dias apareceriam falsos doutores introduzindo de forma encoberta,
doutrinas de perdição (II Pedro 2:1 e 2) estamos vivendo agora no presente
século mau, esse tempo que foi profetizado pelos autores do Novo Testamento.
Como permanecer debaixo das sombras da confusão, saiamos para fora do mundo
religioso confuso, mesmo a maior parte do evangelicalismo moderno está dentro
da confusão babélica que predomina na nossa sociedade “religiosa’ é tempo de
abrirmos os olhos, pois precisamos da luz das Escrituras, pois só essa luz
espiritual nos capacita ao discernimento necessário para sairmos da confusão e
entrarmos na verdadeira igreja, não uma instituição em si, mas um grupo de
cristãos que se reúne de forma bíblica em uma assembléia local, ali de fato
pode ser encontrada “A igreja do Deus vivo, coluna e firmeza da verdade” (I Timóteo
3:15 ACF)
A LUZ QUE ALUMIA EM LUGAR ESCURO
“E temos mui firme, a
palavra dos profetas, á qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que
alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva apareça em
vossos corações” (II Pedro 1:19).
Aqui temos uma passagem
pratica de enorme importância para os cristãos bíblicos dos dias atuais. É
tempo de atentarmos para as coisas espirituais, ou seja, para a verdadeira
realidade das coisas.
Veja o amado irmão que
com relação aos últimos dias, temos a santa advertência em I Tessalonicenses
5:4: “Já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um
ladrão”. A luz do evangelho deve nos levar para a percepção da verdade de que o
mundo jaz no maligno e ele engana todo o mundo (I João 5:19 com Apocalipse
12:9) A sociedade atual está debaixo do controle do que Paulo descreve em
Colossenses 1:13 de potestade das trevas. Assim, nosso texto bíblico começa
com: “E temos, mui firme a palavra dos profetas”, mas como ter mui firme tais
preciosas palavras? Primeiro: através da freqüência na sua igreja local,
devemos estar dispostos a amar muito a exposição dos conselhos de Deus, devemos
amar e zelar por uma igreja local fiel ás Escrituras devemos ouvir sermões bíblicos,
buscar pregadores bíblicos, devemos nutrir a nossa alma com o alimento solido
das Escrituras, deixar que o martelo da Palavra quebre toda nossa incredulidade
e esmiúce todo o gelo da nossa frieza espiritual. Em segundo lugar, ter mui
firme a palavra de Deus é vigiar e amar apaixonadamente a vinda de Cristo,
procurando com diligencia estudar e conhecer as profecias relacionadas ao seu
retorno triunfante. A Palavra dos profetas apontam para o retorno literal de
Cristo, mas note que os sinais que precedem a sua vinda é uma grande apostasia
conseqüência da escuridão produzida pela
decadência espiritual e o relativismo moral que marca a nossa era. Então
devemos também atentar para as advertências da Palavra de Deus, tais como vimos
em II Pedro 2, II Timóteo 4:1 a 4, II Timóteo 3:1 a 7, I Timóteo 4:1 II
Tessalonicenses 2 I Tessalonicenses 5 etc. Prosseguindo por essa via de
piedade, podemos cumprir o requisito apresentado no texto “O que fazeis bem em
atentar”. Mas como estaremos atentos se não formos vigilantes e perseverantes
na fé? Como estaremos atentos se não formos diligentes na nossa religião
cristã? Aqueles que se preocupam com as coisas deste mundo, que amam e se
conforma com o presente século, que não zelam pelo bom nome de Cristo e do
evangelho, jamais podem cumprir os requisitos bíblicos, pois apresentam sinais
de apostasia. O remanescente é um grupo pequeno que ainda atenta para o grande
dia do Senhor. Os peregrinos do Cordeiro seguem pela noite, eles sabem que
Paulo falou em Efésios 6:12 sobre o príncipe das trevas deste século, Por isso
também nos advertiu em Romanos 12:2 a não nos conformarmos com esta era e você
sabe o motivo? eis a resposta de Cristo em Lucas 22:53: “Porque esta é a hora e
o poder das trevas” Assim o texto por si mesmo é muito precioso, ele é muito
exortativo, estando firmes e atentos, e
então Pedro compara “Como uma luz que alumia no escuro” Sabemos que a luz da
glória do evangelho está brilhando no coração daqueles que não sofreram a cegueira
espiritual do entendimento imposta pelo Deus deste século (II Coríntios 4:4)
Você pode perguntar: “Mas
não vejo as trevas e nem mesmo um lugar escuro” se você não percebe a guerra
cultural e espiritual contra os cristãos bíblicos, se você não vê as
inclinações do globalismo totalitário se não enxerga o declínio da nossa
sociedade, então você está com o seu entendimento espiritual comprometido. O
mundo todo jaz no maligno e estará cada vez mais imerso em trevas até que o dia
amanheça. A estrela da manhã que aparecerá no fim da era de escuridão
espiritual que atravessamos é o grandioso retorno triunfante de Cristo nas
nuvens para buscar a Sua igreja. Mas como serão as coisas antes que a Estrela
da Manhã apareça? trevas! e qual a luz que temos disponível para caminhar nessa
noite de escuridão moral e espiritual? a Palavra de Deus. A noite escura que
prevalece antes da chegada da Estrela da Alva, é o estado de confusão
espiritual que o mundo se encontra. Você percebe esse fato?
A palavra de Deus, os
profetas e os escritores que foram movidos pelo Espírito Santo a escreverem todo
o conselho de Deus, eis a luz, a lâmpada que deve estar acesa dentro do
santuário que é a igreja do deus vivo. É
a lâmpada da Palavra de Deus que nos guia rumo à aurora do mundo vindouro. Esteja
firme e atento, a noite das trevas espirituais não devem nos cativar, saíamos
para a luz, a senda do Evangelho é iluminada pela inspirada e inerrante e
totalmente suficiente Palavra de Deus.
PÃO PARA OS FAMINTOS
Foi o Senhor quem mesmo afirmou; “Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra de Deus” (Lucas 4:4) Cristo é o Verbo que se fez carne, a
Palavra encarnada que se fez pão (João 1:14) Ele mesmo disse ser o pão vivo que
desceu do céu (João 6:51) sendo Jesus o pão da vida, o coração que se alimenta deste
pão, recebe nutrição espiritual que fortalece a alma. Ouça com os ouvidos e
compreenda com o coração, o pão que é cristo é o sustento necessário para a
manutenção da vida eterna e aqui temos a experiência de vida eterna vinculando
a eternidade com o tempo presente.. Em João 6;33 lemos que Jesus é o de Deus
que desceu do céu, assim a declaração do Senhor é uma realidade substancial que
reafirma o conceito verídico de vida eterna: “Eu sou o pão da vida” (João 6:48)
de igual modo lemos: “Esse é o Pão que desce do céu, para o que dele comer não
morra” (João 6;50)
Como comer do pão da vida para não morrer eternamente?
O comer do Pão que é Cristo se dá através da fé, crer em
Cristo como Salvador é comer o pão do céu com o coração, é Ele o alimento para
o intelecto que dá vida para a consciência de eternidade. Confiar a sua alma a
Cristo, crer que a justiça divina foi satisfeita na obra redentora do Calvário,
sua morte foi uma morte vicária, Ele redimiu com o seu próprio sangue
imaculado, todos os que crêem que são pecadores. Essa verdade traz saciedade
para o coração faminto das coisas eternas.
Comer do pão que é Cristo é ouvir a boa e bíblica pregação
das Escrituras que aponta para Cristo, pois está escrito que tudo está
relacionado à integração cósmica na centralidade universal de todas as coisas
para Ele (Efésios 1:10 e Filipenses 1:21) A pregação bíblica é a nutrição que a
alma redimida deseja, o alimento solido que dá o crescimento espiritual
fundamental. Cristãos bíblicos anseiam por viverem dentro de uma assembléia
cristã que seja bíblica e cristocentrica, para receber o mantimento espiritual
que é Cristo, Sua pessoa e Sua doutrina.
Comer do pão que é Cristo é estudar as Escrituras com muita
dedicação, a alma piedosa se alimenta do maná diário que vem pela palavra de
Deus
Comer do pão que é Cristo é viver em união com Ele mesmo,
numa comunhão permanente com o Senhor e com o corpo de Cristo que é a igreja
local, composta de redimidos que se envolvem com conversas espirituais e mantém
a sã doutrina pelo estudo criterioso e a pregação expositiva das Santas
Escrituras.
Comer do pão que é Cristo é viver dentro dos ensinos
sagrados, é ter o Espírito de Cristo (Romanos 8:9) e ter acesso ao trono da
graça pelo lugar secreto, é cultivar um amor e uma afeição verdadeira pelo
Senhor. É aguardar a bendita esperança, Sua vinda literal e triunfante.
Comer do pão que é Cristo é comer do pão fracionado do memorial da ceia seguida
da fraternidade entre irmãos em um ágape que reclama a unidade e o amor mutuo
entre os redimidos peregrinos do Senhor, pois no ato da ceia memorial encontram
os tesouros espirituais que fortalecem a alma na estima e na adoração em Deus
que Deu seu Filho por nós pecadores.
Por ultimo, comer do pão que é Cristo é viver cheio do Espírito
Santo, porque Ele é o Espírito de Deus que nos dá a realidade das coisas espirituais,
fazendo com que elas sejam substanciais ao nosso coração, o Espírito Santo faz
com que Cristo seja muito real dentro de nós, revela ao nosso coração a glória
de Cristo e a glória do Evangelho, mantém acesa a fé e a confiança na obra
consumada e perfeita de Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Querido irmão, lembre-se que receber o Espírito Santo
consiste de três fatos inseparáveis, primeiro conversão completa e verdadeira á
Cristo, depois permanência em uma congregação de cristãos bíblicos para viver
debaixo da graça de Deus e dentro da realidade espiritual plena de que Cristo é
o Senhor. Assim estavam aquele irmãos em Atos 2, reunidos em um mesmo, lugar
até que a presença do Espírito os capacitou a viverem na graça e na
misericórdia de Deus.
PARTE III
Principios Pra a Comunhão horizontal
O Ministério da
Reconciliação Nos Relacionamentos.
A reconciliação é o
manifestar grandioso da graça de Deus. A relação vertical homem/Deus foi
quebrada na desobediência de Adão.
Cristo pela Sua morte e ressurreição nos reconciliou com Deus (Cl 1:21).
A graça é a grandeza da misericórdia em ação. O termo aplicado a vida, na
irmandade, no matrimônio e na vida familiar. A reconciliação é o vinculo da
harmonização dos relacionamentos. (Rm 5:10) A paz no coração e o exercício
pleno do amor só é possível com pessoas reconciliadas que vivem em paz uma com
as outras. Segue as regras da reconciliação:
1- A parte culpada precisa ser com medida de urgência, perdoada, de outra
maneira, o sangue da Nova Aliança é profanada por quem professa a fé cristã e
não sabe perdoar.
2- Quando dizemos “A culpa é do outro” e não procuramos a reconciliação,
mostramos apenas que somos fracos e covardes por causa do nosso orgulho.
3- Pessoas reconciliadas cuidam uma das outras, pessoas não reconciliadas
atacam uma á outra, e revelam pela conduta que andam nos caminhos de Caim.
4- A paz é um fruto do perdão, porque na reconciliação as feridas abertas
pelo insulto são curadas. A angustia e o rancor são sinais de feridas abertas
por ofensas que gangrenam a sensibilidade do coração.
5- Vidas não reconciliadas causam transtornos em vidas inocentes, a
conseqüência em longo prazo é devastadora, a profundidade da impiedade começa
por quem deixa o egoísmo prevalecer sobre o quebrantamento do coração.
Na condição humana,
ambas as partes precisam reagir diante das relações quebradas, o forte é quem
ergue a ponte pelo perdão, para ligar coração ferido com coração ferido, até
que pelo perdão, ambos fiquem sarados.
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