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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A ESTRELA PERDIDA





Ontem contei todas as estrelas
Faltou uma
Onde será que ela está?
No meu coração ou atrás da lua
Talvez...

Procurei atrás de minhas sobrancelhas
Ao redor dos olhos, não achei
No vaso quebrado do monturo
Lá não estava

Onde será que ela se meteu
Apagou-se, ou morreu?
Procurei  por trás de minhas orelhas
No sulco da terra, na lamina do arado

Olhei por cima, por baixo
No fio da cebola e em todos lados
Mas nada achei
Nem mesmo na gota de orvalho que bebi

Onde está essa estrela arteira?
Na sola do pé ou na palma da mão
E agora, que faço
Ou o que refaço, acendo uma brasa?

Quem dera achasse esse astro sorrateiro
No asfalto da rua, no pé de espinheiro
No berço do vaga-lume, na cadeira do réu
Tem que está aqui na terra, se não está no céu

Ah ! já sei onde vou procurar
No lado avesso do céu,  no universo paralelo
Onde há ruas de cabeça pra baixo
Onde o medonho  se faz pouco  belo

Abri o rosto da minha alma
Olhei pra dentro desse mundo estranho
Lá estava a minha estrela perdida
No lago das luzes, tomando um banho

Vem cá estrela tão pequenina
Não podes te perder insólita e sozinha
Vem pro mundo real dessas vigas da noite
Vem pro meus braços estrela minha

E, num salto, o pulo e três riscos
Voltou ao céu, ao próprio aprisco
E eu da varanda da alma fico a olhar
A estrela achada,de volta acesa, brilhar...


Clavio Juvenal Jacinto

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