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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A CHUVA E AS ROSAS


A chuva reveste o chão da vida
Regando as sementes do sertão da alma
Lá longe, onde o céu acha as estrelas
Nas proximidades dos grãos da areia

A chuva lava a alma das rosas
Mata a sede do mar salgado
Molha o rosto do jardim dos outros
Assim como a nossa face torna-se refrescante

A chuva é um choro incolor
Naufraga no asilo de nossos pensamentos
Escoa pelas feridas abertas da contemplação
Faz umedecer as pedras do caminho

A chuva é o molde e a sutura
As vestes da relva do campo
É nossa herança erguida nas colinas do tempo
É o alimento rarefeito da nossa esperança


CLAVIO JUVENAL JACINTO


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