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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O Susto


 

Durmo

Os ventos agrários sopram

Pó cósmico de todas as ternuras

Acalma-te minha alma

O sono nos liberta da servidão

Vejo lampejo de ouro e seda

Um tapete em aglomerados siderais

Um sonho que se desintegra

Um trovão insólito

                                   a tosse

Delírios e sufrágios na estiagem

O sorriso árido e a língua ressequida

Transbordamento de sustos

Como se a vida me inundasse de tempestades

 

C. J. Jacinto

 

 

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