APOCALIPSE DE TODAS AS ESTAÇÕES
By: C. J. Jacinto
Querido amigo , escrevo minhas palavras em toque irônico. Sei que estás a percorrer os campos minados da arrogância humana, mas é urgente que esta carta chegue até os olhos do seu coração:
Alguém poderia falar sobre o inverno? Não! o inverno é aquela estação sem cores, as flores se escondem no frio das névoas e o mar congela-se como as lagrimas de um moribundo que se encontra intranquilamente com a morte da terra. O homem pavimenta todos os caminhos das catástrofes, financia a poluição que depois corrói os pulmões da vida, assim procede a humanidade em seus múltiplos processos de autodestruição. A seqüência da morbidez tênue que segue as ações de uma sociedade irresponsável, que provoca a alienação das almas pelos interesses pessoais. E como ocorre o conformismo técnico diante das mais sutis decadências do mundo? Jamais devemos esvaziar o futuro de esperança pelo fato de tentar vivermos o egoísmo no tempo presente. Quase sempre as desgraças são produzidas sob o som fantasioso das fabulas compostas de insensatez, talvez como aquelas de que se nutre de um orgulho tolo e cego: o de pensar que não faz diferença em preservar o meio ambiente porque a maioria a nossa volta não se preocupa com isso. O obstáculo intencional é posto para servir como desculpas de que “uma andorinha só não faz verão” acontece que em épocas de crises intelectuais verdadeiras, todo o homem que vive de forma responsável é visto como desorientado, pois que a maioria se acha segura por causa do grande numero, nesse caso, o indivíduo da oposição, parece ser um solitário único, um “perdido” na contramão do sistema, quase sempre as vias da sensatez são consideradas como uma alternativa para sonhadores utópicos.
Agora vejamos tudo isso, de uma forma mais geral, poderíamos falar de flores, da importância delas para a vida, pois o poeta não se inspira sem elas, e o amor não seria tão forte se as rosas não existissem. Que sentido de vida teriam as borboletas sem as flores do campo? E como a doçura do mel seria real se o mundo de tempo em tempo não se tornasse um jardim? Como poderíamos ouvir canções sem mencionar as flores? até o Atacama, no seu cáustico caminho se deixa florescer.
Mas ainda assim, a negligência é um terrível tentáculo da desonestidade humana, os poucos homens que defendem o planeta, são como profetas perseguidos e foragidos no meio de multidões de insensatos.
Pelas chaminés da poluição global vimos sinais de que um mundo está sendo reduzido a cinzas, ainda que almas mais puras estejam bradando contra a devastação total, é verdade que o exército de homens sensatos aumente, e na verdade pela diferença que se faz, alguns devem olhar para si mesmos, sem se importarem com a importância, de que se plantarmos uma árvore no caminho, haverá mais possibilidade de alguém lá no futuro, cansado de todas as nossas falhas, encontre na sombra dessa arvore, o abrigo necessário para encontrar as forças necessárias para continuar lutando por um planeta que precisa de cuidados, afinal de contas essa é a única morada que hoje temos disponível no universo.
O que poderia escrever mais? um poema?
Pois que ouso usar de minha pobre inspiração e escrever-te um:
A Queda
Cai à noite poluído das dores
Nos percalços de arvores caídas
As samambaias e as rosas machucadas
Entreabertas ao vento norte
Assobia o deserto e chama a morte
A vida que das nevoas adormece
No tapete do desespero que tece
A natureza que destruída
O homem vai caindo
No abismo que devora a própria vida.
Ou desejas que escreva algumas máximas sobre tão trágico assunto?
“O homem que destrói o mundo que habita, semeia a ruína da sua própria existência”
“O homem que perde a responsabilidade de cuidar da sombra que o protege, perde também o senso da tragédia, e, percebe a ruína de si mesmo, quando já o mundo a sua volta está irremediavelmente desmoronado.”
“
Com afetos e dedicação
𝒫𝑒𝓇𝑒𝑔𝓇𝒾𝓃𝑜 𝒮𝑒𝓂 𝒞𝒶𝓂𝒾𝓃𝒽𝑜
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