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quarta-feira, 9 de março de 2022

Tear de Mascaras

 


Poderia imaginar um mundo sem guerra

Mas o frugal fogo belicoso rasteja 

Nas partes térmicas frondosas da terra

Alparcas rasgadas

Trilhos imberbies colinas parcas

Mar salgado em furia

Sulfurico respirar de trovões

Colinas em fuga ecos e furacões

Ribombar de canhões

Nesse intrepido naufragio titanico

Nesse poema enorme dantesto

Nos sacorcofagos e sombrios afrescos

Do céu ácido e a quinta o terraço

Nos batimentos cardíacos do aço

Que medo meu Deus do futuro

No cais desse arroio de sarcasmos

Crianças correndo ao esmo

Baldías conciencias obscuras

Atrás debalde a torrente conjecturas

meu Deus quantos devaneios

Nesse expurgo infertil a dor

Das narinas na noite a fuligem

Do ímpeto o deserto a estiagem

A calamidade voraz

O pão partido da paz

Afogado nas magoas subornadas

No palco o teatro delitos

Nos espasmos do sufocado grito

meu Deus, tenha misericordia de mim

Que jaz furta minha indigencia 

Na face rugada da indiferença

Sossego entre afiadas lanças indumentárias

Meu palácio de risos se desfazem

Como a sarça que o fogo implode

No tear da mascara de meu decoro

Enfim virei humano

Perante a guerra meu Deus

Eu choro. 


Clavio J. Jacinto




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